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sábado, 19 de julho de 2025

Movimentação histórica e gargalos: exportação de celulose bate recorde e pressiona Porto de Santos

Diante de gargalo, Governo Federal deve investir R$ 5 bilhões em dragagem e ampliação da infraestrutura portuária

Por: Nathalia Santos

O mês de maio marcou um feito histórico para o Porto de Santos: o maior volume de movimentação de carga já registrado, impulsionado pela explosão das exportações de celulose.

Movimentação histórica e gargalos: exportação de celulose bate recorde e pressiona Porto de Santos

O produto, carro-chefe das exportações de Mato Grosso do Sul, teve um crescimento de 113,8% no escoamento por Santos, segundo levantamento da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) em recente reportagem do Perfil News.

Embora o recorde seja motivo de comemoração para o setor produtivo, ele também escancara uma realidade preocupante: a sobrecarga e as deficiências estruturais do principal porto do país, divulgou o portal UOL.

A infraestrutura atual já opera no limite, e a crescente demanda pode levar a um colapso logístico em menos de uma década.

CAPACIDADE NO LIMITE

Atualmente, o tempo médio de espera para atracação em Santos já chega a 50 horas, e os terminais agrícolas operam com 91% da capacidade.

Em paralelo, o porto sofre com calado insuficiente, a profundidade dos canais não permite a atracação plena de navios de grande porte, como os que transportam até 24 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). A limitação resulta em uma perda estimada de até 1 milhão de toneladas de carga ao ano, o que representa cerca de US$ 1 bilhão para as transportadoras.

RISCO DE COLAPSO EM 10 ANOS

Movimentação histórica e gargalos: exportação de celulose bate recorde e pressiona Porto de Santos

Esse gargalo logístico impõe um custo elevado à produção nacional. Estima-se que a ineficiência da infraestrutura portuária e de transporte represente até 15% do PIB, colocando o Brasil em desvantagem competitiva frente a outros países exportadores.

A previsão é que a demanda por movimentação portuária ultrapasse a capacidade operacional já em 2028, com risco de colapso completo em 2037.

INVESTIMENTOS E OUTRAS ALTERNATIVAS

Diante desse cenário, o governo federal anunciou medidas para tentar contornar a crise. Entre elas, está o leilão do Terminal STS-10, previsto para novembro deste ano, e um investimento de R$ 5 bilhões em dragagem e ampliação da infraestrutura portuária.

O objetivo é aumentar a profundidade dos canais e dobrar a capacidade dos terminais de contêineres, permitindo a atracação de navios maiores e agilizando o escoamento das exportações.

Além disso, projetos como a Ferrogrão e a ampliação da hidrovia do Rio Paraguai visam oferecer alternativas ao transporte rodoviário, ainda dominante no Brasil. No entanto, essas obras seguem em ritmo lento, o que aumenta a pressão sobre o Porto de Santos como principal saída para commodities como celulose, soja e minério.

CELULOSE IMPULSIONA COMÉRCIO E EXPÕE MELHORIAS NA INFRAESTRUTURA

Enquanto os investimentos não saem do papel, a celulose de Mato Grosso do Sul continua a impulsionar os números do comércio exterior brasileiro, mas também evidencia a urgência de um choque de infraestrutura.

MS já possui em operação a Eldorado Celulose e a Suzano, além de fábricas da Arauco em Inocência e a Bracell em Bataguassu devem aumentar ainda mais a produção do produto.

Se nada for feito, o gargalo logístico poderá se tornar um freio para o crescimento do setor e da economia nacional.

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