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sexta-feira, 14 de junho de 2024

Mulher que matou bebê é inocentada por insanidade

07/04/2006 13h54 – Atualizado em 07/04/2006 13h54

AP

Uma americana acusada de matar sua filha de 10 meses cortando fora os braços da criança foi inocentada da acusação de assassinato hoje, depois de sua defesa alegar insanidade mental.
A polícia prendeu Dena Schlosser, 38 anos, em novembro de 2004 ao achar a bebê Margaret morrendo em seu berço, sem os braços. Dena estava ao lado, coberta de sangue, segurando uma faca e ouvindo um hino religioso em sua casa em mcKinney, Estado do Texas, nos EUA.

Em fevereiro deste ano, o caso foi a julgamento, e a defesa alegou que Dena havia sido movida por um problema mental, não sendo responsável por suas ações.

Enquanto uma testemunha fez, na época, alusão a uma possível lesão cerebral, a falta de comunicação entre os médicos atrasou os exames, que acabaram ficando prontos três semanas depois do julgamento.

No primeiro julgamento, um médico disse que Schlosser havia contado que queria cortar fora os braços do bebê e depois seus próprios membros e a cabeça para dá-los a Deus. Outro testemunho médico fez referência a comportamento variante e alucinações, que incluíam apóstolos levantando-se de ruas cheias de sangue para anunciar o apocalipse.

A tomada de testemunhos do julgamento de fevereiro levou 7 dias e incluiu policiais, conhecidos, família, assistentes sociais e o pastor da igreja que Schlosser freqüentava, Doyle Davidson.

A defesa culpou o marido da assassina por não encaminhar ela para tratamento mental e também o pastor Davidson, que acredita que Deus pode curar doenças psiquiátricas e mentais.

O promotor argumentou que a defesa estava tentando tirar a responsabilidade das mãos de Schlosser com a alegação de insanidade. E apresentou uma argumentação metódica, focando na possível falta de consistência dos argumentos da defesa e em traços de comportamento da criminosa que indicariam que ela sabia que estava fazendo uma coisa errada.

Este julgamento foi anulado porque o corpo de jurados designado para decidir a questão não conseguiu chegar a conclusão alguma.

Os advogados de defesa e promotores concordaram, na semana passada, que deixariam o juiz Chris Oldner decidir o caso sem um júri, para evitar outro resultado não conclusivo.

Há alguns dias, foi revelado um tumor cerebral em Schlosser, e os advogados de defesa disseram que o problema pode ter levado a acusada a ter alucinações antes de matar a filha.

Hoje, os dois lados apresentaram quase os mesmos argumentos de antes, e o juiz tomou sua decisão levando em conta que a assassina não conseguia entender que o que fez foi errado, característica que se enquadra na definição de insanidade mental pela lei do Texas.

Schlosser irá para o hospital mental de Vernon por 30 dias, para que a instituição faça um relatório sobre sua saúde mental. Então, o juiz Oldner decidirá se ela precisa ser internada. Caso seja, outro juiz terá que rever a decisão, baseado em outro relatório daqui a seis meses, e depois, novamente a cada ano.

Dena Schlosser permaneceu calada enquanto os guardas a levavam do tribunal após a decisão.

“Nós tivemos um resultado justo em um caso justo, mas sim, é uma questão difícil. Ela queria ir para o hospital mental de Vernon, pois sente que é a melhor chance que tem de melhorar. Minha expectativa é que ela permanecerá no hospital por muitos, muitos anos”, disse David Haynes, advogado de defesa de Dena.

Bob Nicholas, ex-padrasto de Dena, que ajudou a criá-la e foi o único parente a comparecer à audiência, disse que o resultado final foi o melhor possível.

“Todo esse caso, toda essa situação com Dena foi uma tragédia. Nós tivemos a perda da Maggie, que não completou nem o primeiro aniversário. E temos duas meninas que choram a perda da irmãzinha e de uma mãe amorosa e dedicada”, disse Bob.

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