Início Notícias Geral Fronteira é destino de jovens árabes

Fronteira é destino de jovens árabes

0

11/11/2006 09h55 – Atualizado em 11/11/2006 09h55

MS Noticias

Muitos árabes estão deixando os países de origem e migrando para a fronteira. A maioria se instala em Pedro Juan Caballero para explorar o comércio local. A Comunidade Árabe ainda não sabe ao certo quantos novos sírios e libaneses estão entre Brasil e Paraguai; Há cinqüenta anos a chegada da comunidade do Oriente na região trouxe mudanças: uma delas é a culinária que hoje já faz parte do dia-a-dia de quem vive na fronteira São mais de 15 milhões de árabes em todo o Brasil. A fronteira do Estado de Mato Grosso do Sul com o Estado de Amambai são mais de 300 famílias, de acordo com dados da Comunidade Àrabe na fronteira. As diferenças culturais transformaram os dois povos e hoje descendentes de árabes vivem tanto do lado brasileiro quanto paraguaio da fronteira. A maioria está chegando de Cidade de Leste, no Paraguai para se dedicar ao comércio em Pedro Juan Caballero. São espaços nos quais o local e o internacional se entrelaçam, estabelecendo vínculos e dinâmicas próprias, construídas e reforçadas por identidades e culturas de cada um dos países envolvidos. A partir daí é possível criar uma outra cultura e identidade diferenciada: a fronteiriça. A culinária mundial não seria o que é hoje sem a participação dos árabes. Eles cultivaram novas frutas, grãos e verduras enriquecendo a mesa com grande variedade de especiarias, condimentos, pratos e manjares exóticos, dando sabor, aroma e sofisticação aos alimentos. No Iraque criaram o pão chato e redondo, no Líbano surgiu o hábito de cobrir o pão com carne e cebola, nascia a esfiha. Do Irã chegaram os pratos mais complexos: arroz, amêndoas e frutos frescos. As marcas de suas origens são visíveis demonstrando hábitos e costumes. Por outro lado há movimentos de aproximação a partir das atividades que desempenham. Por exemplo, no Brasil, as influências da comunidade árabe foram absorvidas tanto na dança quanto na culinária. Em Ponta Porã a cozinha árabe ganha destaque. Em um espaço pequeno e bastante charmoso dona Mari cozinha os mais variados pratos “o cardápio é baseado nos ítens mais conhecidos da cozinha árabe adaptados ao paladar brasileiro. Coloco um segredinho no feijão e uma pitadinha de pimentas no arroz que os temperos acabam se misturando e o paladar fica do jeitinho brasileiro”, comenta a proprietária Mari Luise Afif. Do outro lado da fronteira, na maior área de vendas da região, o Shopping China, a praça de alimentação foi ampliada de 520 para 1.200 metros quadrados. De 120 para 330 mesas. Ao todo são dez restaurantes. Destaque para a autêntica comida árabe no restaurante Aladin. São dezenas de pratos quentes e frios: charutos, kaftas, kibes, hames, tabule, esfihas, pão árabe, shisbarak, homus, coalhada e doces sírios que já se tornaram refeições para muita gente “aqui na praça de alimentação temos restaurantes para todos os gostos, mas o árabe é hoje um dos mais procurados”, enfatiza Adriana Sanches, diretora de marketing. Os resultados já incentivam mudanças “vamos instalar um self-service a partir do próximo mês. A pessoa pode escolher, comer de tudo e pagar um único preço”, enfatiza a proprietária Helenita Caldas Afif. História Os imigrantes começaram a chegar no Brasil no final do século passado. A vinda dos primeiros libaneses verificou-se antes de 1880. No entanto, sabe-se que na segunda metade do século XIX a imigração árabe se deu de forma bastante acentuada devido ao período de conflitos políticos e econômicos em razão do domínio do Império Otomano na região do Oriente Médio. Porém, o período de maior fluxo migratório árabe, especialmente sírio-libanês, foi entre 1920 e 1930. A primeira etapa, teria tido início por volta de 1860/1870 terminado com o inicio da Segunda Guerra Mundial. Dentro desse período, distinguem-se três levas imigratórias. A primeira vai de 1860 a 1900. A segunda começa em 1900 e vai até 1914. E a terceira vai de 1918 a 1938

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.
Sair da versão mobile