15/11/2006 16h55 – Atualizado em 15/11/2006 16h55
Estadão
A Uganda negou nesta quarta-feira que esteja entre os países que fornecem armamento à Somália e que tenha violado o embargo de armas imposto pelas Nações Unidas, em 1992, a esse país do “Chifre da África”, sem um governo central há quinze anos.
A acusação está em um relatório da ONU de 80 páginas, divulgado em Campala, que fala sobre a violência vivida na Somália e que será discutido na próxima sexta-feira pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A ministra da Defesa ugandense, Ruth Nankabirwa, disse que a Uganda não supriu armas à Somália nem enviou efetivos para proteger o governo somali de transição, que tem base em Baidoa, 245 quilômetros ao noroeste da capital Mogadiscio. “Estamos sendo falsamente acusados de enviar tropas e de abastecer a Somália com armamento, e não há nada de verdade nisso”, disse Nankabirwa.
“Para enviar armamento à Somália – acrescentou – precisamos que a ONU suspenda temporariamente o embargo de armas e que haja a aprovação do Parlamento”. No entanto, seus comentários contrastaram com o do ministro de Segurança ugandense, Amama Mbabazi.
Em recente entrevista, Mbabazi admitiu que um contingente do Exército ugandense estava na Somália para treinar suas tropas e proteger o governo provisório. “Estamos trabalhando para o governo de transição. Atribuíram a nós a tarefa de protegê-lo e do treinamento de suas forças de segurança”, disse Mbabazi.
O relatório cita Uganda entre outros dez países e grupos armados que romperam o embargo ao transportar por via marítima armas e equipamento militar dentro da Somália, país imerso no caos e no desgoverno desde que a derrubada do ditador Mhammed Siad Barre, em 1991.
Segundo especialistas de segurança, calcula-se que cerca de 100 soldados ugandenses estão em território somali.