22/02/2011 16h34 – Atualizado em 22/02/2011 16h34
Levantamento apontam 119 ocorrências registradas no ano passado, contra 80 no ano anterior
Os números foram apresentados na Câmara de Vereadores nesta manhã, durante balanço feito sobre as atividades do conselho nos últimos dois anos no município
Gilmar Lisboa
Balanço feito pelo Conselho Tutelar de Três Lagoas aponta que os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes tiveram um incremento de 45% em 2010, na comparação com 2009. Conforme o levantamento, foram 119 ocorrências registradas no ano passado, contra 80 no ano anterior.
Segundo o conselho, depois do abuso sexual, as ocorrências mais comuns registradas pelo órgão na cidade são os maus tratos e a violência psicológica produzida em família e por vizinhos.
Os números foram apresentados na Câmara de Vereadores nesta manhã, durante balanço feito sobre as atividades do conselho nos últimos dois anos no município. Conforme o balanço, no caso dos abusos sexuais, eles têm ocorrido principalmente em família e os autores são, em geral, pais, irmãos, padrastos e tios das vítimas.
De acordo com o conselho, mensalmente é registrada uma média de 400 atendimentos pelo órgão no município.
“Os números são assustadores e a tendência é de que aumentem ainda mais em 2011”, ressaltou o vice-presidente do Conselho Tutelar, Davis Martinelli, responsável pela exposição dos números da entidade nesta manhã na Câmara. Ele disse que somente neste ano seis casos de abuso sexual foram registrados no município pelo órgão.
MELHORES SALÁRIOS
Martinelli e outros cinco membros do Conselho Tutelar de Três Lagoas foram à Câmara também para pedir o apoio dos vereadores para a proposta de reajuste salarial reivindicada pela categoria. Os conselheiros cobram da prefeitura o repasse de um complemento de R$ 500 aos seus salários, prometido em 2010 pela então prefeita e atual vice-governadora Simone Tebet (PMDB). Somado aos R$ 1.088 recebidos hoje pelos conselheiros, o complemento elevaria seus salários para R$ 1.588.
“É uma reivindicação justa se levarmos em conta a sobrecarga de trabalho e o pouco amparo que recebemos da classe política local hoje”, disse Martinelli. Ele lembrou que a categoria tem tentado, sem sucesso, conversar com a prefeita Márcia Moura (PMDB) desde o final de 2010 sobre a proposta de reajuste salarial, mas a chefe do Executivo tem evitado tratar da questão com o segmento. “A prefeita vem empurrando a questão com a barriga”, contou Martinelli.
Ele recordou, durante o discurso na Câmara, que o município de São Gabriel D’Oeste, com apenas 19 mil habitantes, tem dado um reconhecimento maior ao trabalho dos conselheiros tutelares. “Naquele município os conselheiros têm uma carga de trabalho infinitamente inferior a registrada em Três Lagoas e, no entanto, recebem um salário de R$ 2,6 mil”, disse Martinelli. “É o maior salário pago à categoria em relação aos demais municípios do estado”, frisou.
