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Marçal Filho pode ser atingido por decisão que cassa concessões

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30/03/2011 14h27 – Atualizado em 30/03/2011 14h27

Decisão do governo que cassa concessões de rádio e TV irregulares pode respingar em Marçal Filho

A decisão do governo de cassar as concessões de rádio e TV tem a ver com o fato de tais emissoras terem sido adquiridas por empresas registradas em nome de laranjas

Gilmar Lisboa

O jornalista Valfrido da Silva Melo, de Dourados, lembrou, em nota postada em seu blog nesta quarta-feira (30), que a decisão do governo federal de cassar as concessões de rádio e TV que foram adquiridas em licitações públicas por empresas registradas em nome de laranjas, deverá atingir o deputado Marçal Filho(PMDB), residente naquele município. A decisão que ameaça as emissoras adquiridas de forma irregular, foi anunciada na terça-feira pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

A decisão do ministro, repercutida pela Folha de S. Paulo, insinua o jornalista, embasa a nota “Marçal Filho e seus laranjas” postada por ele em seu blog no último dia 28 e onde Valfrido lembra do caminho pouco transparente trilhado pelo deputado e outras pessoas para obter concessões de emissoras de rádio e TV.

No artigo “Uma péssima notícia para Marçal Filho”, postado nesta quarta pelo jornalista, Valfrido mais uma vez cutuca o deputado, lembrando que, por conta das denúncias que fez contra o parlamentar sobre a fórmula adotada por ele para “esquentar” a emissora de rádio que mantém em Dourados, Marçal teria movido um processo na Justiça contra ele.

Segundo Valfrido, “a concessão da 94 FM, de Marçal Filho, ou de João Alcântara, sei lá, foi a primeira das emissoras estabelecidas em Dourados a ser feita por meio de licitação pública, tendo o menino pobre da Vila Matos, ou melhor, o então cunhado Daladier, à época gerente de uma agência bancária de Dourados, dado um lance de qualquer coisa aí perto de R$ 1 milhão”.

O jornalista continua: “Antes, as concessões eram prêmio do governo federal a políticos “subordinados”, como diria o deputado Geraldo Resende, como aconteceu com José Elias Moreira e Ivo Cersósimo durante a Constituinte. Zé Elias, graças ao prestígio do padrinho político Pedro Pedrossian junto ao Planalto já era concessionário de rádio e TV em Dourados, e a partir da Constituinte fincou raízes também em Campo Grande, com mais uma emissora de rádio e outra de TV, depois passadas à frente. A única emissora douradense conseguida pelos trâmites normais, sem apadrinhamento, é a 92 FM, uma concessão ao idealismo e ao espírito empreendedor de Antonio Tonanni”, conclui Valfrido na nota “Marçal Filho e seus laranjas”, do dia 28.

DECISÃO DO GOVERNO

A decisão do governo federal sobre as concessões de rádio e TV negociadas com o uso de “laranjas” foi tomada um dia depois de a Folha de S. Paulo revelar que entre os vencedores de concessões milionárias estão funcionários públicos, donas de casa, cabeleireira, entre outros trabalhadores com renda incompatível com o valor dos negócios. Alguns admitiram ter emprestado os nomes para que os reais proprietários não aparecessem.

De 91 empresas analisadas pela reportagem da Folha, 44 não funcionam nos endereços oficiais. Segundo Paulo Bernardo, o ministério já tinha conhecimento de parte das “ocorrências”, embora desconhecesse detalhes sobre o uso em larga escala de laranjas. O ministro disse que pedirá ao Ministério Público Federal que investigue também a revenda de concessões pela internet, revelada pela Folha na edição de ontem. (Com Folha Online)

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