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Para críticos, o “S” da sigla BNDES seria hoje simples alegoria

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11/03/2013 16h48 – Atualizado em 11/03/2013 16h48

Para críticos, o “S” da sigla BNDES seria hoje simples alegoria

Da Redação

Guindado à posição de segundo maior banco de desenvolvimento do mundo, o BNDES tem estado distante de sua atribuição Social, segundo seus críticos mais severos. De fato, entre seus focos de atuação, estão os financiamentos de megaprojetos e a expansão de conglomerados brasileiros no exterior.

Nos dois casos, não há lugar para pequenas ou médias empresas. O argumento da governança do BNDES, de que é estratégico para o Brasil que empresas locais se tornem conglomerados globais, ainda que provoque proverbial “orgulho nacionalista”, não convence a maioria de quem banca o banco – o povo brasileiro.

Financiado com os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e suplementado pelo Tesouro, que em 2009 e 2010 drenou para seus cofres 185 bilhões de reais, o BNDES tem, entre seus quatro objetivos de longo prazo, a “geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais”.

Para o deputado federal Fabio Trad (PMDB-MS), é difícil explicar como recursos do FAT e do Tesouro, recursos públicos, possam gerar empregos e corrigir desigualdades no Brasil quando fartamente investidos em empresas brasileiras no exterior.

“Como é que o Brasil se beneficia quando um conglomerado nacional compra uma empresa americana que vende comida americana a consumidores americanos?”, indaga Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Para o deputado sul-mato-grossense, “não há resposta plausível”.

Quanto à agenda de investimentos na redução das desigualdades regionais, o BNDES informa que os recursos aplicados no Centro-Oeste caíram de 11 por cento em 2008, para 9 por cento do total de desembolsos no País, em 2012. Números que apontam a ampliação do fosso da desigualdade.

“Não se pode negar a importância do BNDES no financiamento da infraestrutura e da modernização da indústria nacional. É louvável que a participação das micro, pequenas e médias empresas no total de financiamentos do BNDES tenha saltado de 21,7 por cento em 2006, para 34 por cento em 2012. Porém, apenas como referência, em 2010, só um quarto dos empréstimos do BNDES foi para empresas com faturamento anual inferior a 60 milhões de reais”, argumenta Fabio Trad.

Em 2012, o BNDES disponibilizou 137 bilhões de reais para uma carteira de 509 projetos no setor energético. Do total, mais de 136 bilhões são investimentos em geração e transmissão de energia, e petróleo e gás. Tão somente 800 milhões de reais foram para o setor de combustíveis renováveis.

“Trata-se de uma flagrante e injustificável distorção. O BNDES não pode seguir ignorando a incômoda e recorrente acusação de privilegiar os grandes conglomerados com financiamentos nutridos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, reforçados com recursos do Tesouro. O Congresso Nacional tem a responsabilidade ética de criar os meios para abrir o que os críticos chamam de ‘caixa preta’ do BNDES”, afirmou o deputado do Mato Grosso do Sul.

(*) Com informações de Assessoria de Comunicação

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