11/02/2014 10h26 – Atualizado em 11/02/2014 10h26
Para o Ministério Público, militares são acusados de torturar e matar um menor
Depois da conclusão do inquérito, o caso foi encaminhado aos cuidados do Ministério Público. O processo apura o que realmente teria acontecido no dia em que Bruno Gabriel veio a óbito após passar mal na Delegacia de Polícia de Anaurilândia
Nelson Roberto
Três policiais lotados no 3º Pelotão da 2º Companhia de Polícia Militar de Anaurilândia, ligados ao 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Nova Andradina, tiveram a prisão preventiva decretada. Eles são acusados de espancar até a morte o adolescente Bruno Gabriel Olavo da Silva, de 16 anos. O fato ocorreu no dia 07 de janeiro de 2014, durante ação policial realizada naquela cidade.
A prisão dos militares ocorreu nesta segunda-feira (10), a pedido Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, através do Promotor de Justiça Magno Oliveira João, e decretada pelo Juiz de direito da vara única da comarca de Anaurilândia. Os três policiais foram encaminhados para o Presídio Militar de Campo Grande.
MOTIVOS SERÃO APURADOS
Depois da conclusão do inquérito, o caso foi encaminhado aos cuidados do Ministério Público. O processo apura o que realmente teria acontecido no dia em que Bruno Gabriel veio a óbito após passar mal na Delegacia de Polícia de Anaurilândia, para onde foi conduzido depois de ser apreendido durante uma ação realizada pela Polícia Militar.
Após obter informações de que vários jovens suspeitos de praticar furto de motos estavam na cidade, a Polícia Militar de Anaurilândia iniciou patrulhamento em várias regiões, até que localizou, perseguiu e deteve Bruno Gabriel. Na unidade policial, por motivos que deverão ser apurados na investigação, ele começou a passar mal, sendo encaminhado para o Hospital Sagrado Coração de Jesus, onde não resistiu e veio a óbito.
A mãe do jovem, Maria Odete Duarte Almeida, de 43 anos, acredita que o filho tenha passado mal e falecido após ser vítima de algum tipo de violência física. Segundo familiares, várias marcas que apareceram no corpo do rapaz, e que foram registradas pelos parentes com uma câmera digital no momento do velório, reforçam a suspeita de que Bruno Gabriel não teria morrido de causas naturais. Nas imagens cedidas pela família ao Nova News, é possível observar o corpo do rapaz com hematomas em uma das orelhas, em um dos olhos, nariz, boca, braços e pernas.
O atestado de óbito de Bruno Gabriel, que foi fornecido à família, aponta a causa da morte como “Hemorragia Interna Aguda – Choque Hipovolêmico – Trauma Abdominal Fechado – Ação Contundente”, o que, na opinião da família, reforça as suspeitas de violência. No dia 12 de janeiro de 2014, o Nova News esteve em Anaurilândia para repercutir o caso que chamou a atenção da população local.
No dia 12 de janeiro de 2014, o Nova News esteve na cidade de Anaurilândia, onde visitou várias fontes, entre elas, a família do jovem, o Conselho Tutelar, o 3º Pelotão da Polícia Militar, o Hospital Sagrado Coração de Jesus, e ainda manteve contato telefônico com a Promotoria de Justiça e a Delegacia de Polícia Local. Na ocasião foi produzida reportagem na qual familiares de Bruno Gabriel cobravam explicações sobre a morte do jovem.
