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Polícia Federal paralisa atividades por dois dias

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25/02/2014 17h47 – Atualizado em 25/02/2014 17h47

PF realiza movimento paredista em todo o país para cobrar melhorias

Assim como acontece em todo o país, agentes da Polícia Federal de Três Lagoas, Campo Grande e outras quatro cidades de MS promoveram ato público nesta terça-feira

Nelson Roberto

A PF – Polícia Federal da Delegacia de Três Lagoas está com suas atividades paralisadas nesta terça e quarta-feira, dia 25 e 26. Segundo o agente Vitor Figueiredo, todos os funcionários antigos aderiram à greve de dois dias que a cada mês aumenta mais um dia, ou seja, em fevereiro pararam por um dia para doar sangue, em fevereiro dois dias, em março serão três dias em data ainda a ser marcada.

Vitor explica que estão sem aumento salarial há sete anos e nem mesmo a reposição da inflação tiveram neste período e o que mais chama a atenção é o descaso com a luta dos funcionários da PF é considerada. “Fizemos uma greve de 74 dias em 2012, mas a pressão da justiça e do Governo Federal foi muito grande e nenhum resultado positivo foi alcançado”, disse Vitor.

O agente fala que o mais importante desta luta é a adequação salarial e distribuição de atribuições certas, “hoje fazemos muitas atribuições que não são nossas e que não é regulamentada”. A PF conta com cinco categorias e existe um grande atrito com os delegados federais, não há entendimento hierárquico entre agentes e delegados.

“O problema, disse o agente, é a gestão do departamento que é restrito aos delegados”.
Outro problemas são os equipamentos, a delegacia recebeu uma viatura zero quilometro e veio com pneus mais finos que o original. Acabou ficando por meses sem uso, senão colocaria em risco a vida dos agentes federais.

Um dado importante que chama a atenção da população é a diminuição do efetivo, em janeiro de 2013 haviam 5.949 agentes em todo o Brasil, em março 6.413, ou seja 464 foram admitidos, mas em dezembro haviam 6.219 – 194 pediram demissão (exoneração) para viver melhor fora da polícia.

A categoria realizou a 2ª paralisação nacional, com ações no Estado e que se concentraram em frente às unidades da Capital, Dourados, Naviraí, Ponta Porã, Três Lagoas e Corumbá. Denominado “Apagão da Polícia Federal”, os policiais realizaram um ato público às 10h, com a intenção de informar a população sobre a real situação nas delegacias.

Em Três Lagoas, agentes e papiloscopistas utilizaram a praça em frente ao prédio da Delegacia Regional, na avenida Ranulpho Marques Leal, para uma panfletagem constando a situação da PF em todo o país e as reivindicações da categoria.

REALIDADE

De acordo com os manifestantes, “a Polícia Federal passa pelo pior apagão de sua história. Acostumada a investigar os apagões de energia, do sistema aéreo e da moralidade na política, atualmente é ela quem sofre com um apagão financeiro de gestão”.

Segundo a categoria, “o contingenciamento de verbas inviabiliza as investigações. Nos últimos dez ano os investimentos caíram de R$ 81 milhões para R$ 20 milhões”. Menos de um terço dos investimentos empenhados entre 2002 e 2012, conforme os manifestantes foram efetivamente gastos. Cerca de 77% dos recursos foram devolvidos por falta de planejamento dos seus gestores.

QUESTÃO SALARIAL

Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal sofrem um “apagão salarial” de sete anos sem nenhum reajuste, revelam lideranças da categoria. Isto, mesmo com a previsão constitucional de uma “revisão anual geral”. Os servidores acumulam uma perda inflacionária acima dos 40%.

CREDIBILIDADE

“Nos últimos cinco anos houve uma queda de 86% nos indiciamentos nos crimes de colarinho branco e desvios de verbas públicas que evidenciam o verdadeiro desmonte de um dos setores mais eficientes da corporação”, observam os manifestantes. E, portanto, a Polícia Federal “viu seu índice de confiança cair de 82% para 50% nos últimos dois anos, consequência da perda de prestígio junto a população”.

POUCO EFETIVO

O efetivo dos agentes federais, segundo os sindicalistas, “que já era pequeno, está diminuindo. Entre 2009 e 2012 diminuiu 10%. Em 2013 houve concurso para 500 vagas, mas no decorrer do mesmo ano 230 policiais pediram exoneração ou aposentadoria”.

NOVO MODELO POLICIAL

Um dos panfletos distribuídos aos que transitaram pela praça ou nas vias em frente expressava que “50 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil; menos de 10% destes crimes são investigados com sucesso”.

Tal situação embasa o Projeto de Emenda Constitucional (PEC-51), que tramita no Congresso Nacional, propondo mudanças estruturais no modelo policial brasileiro. E essa questão também foi entregue na panfletagem.

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