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Sistema de Integração Lavoura e Pecuária da fazenda São Mateus é destaque em MS

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07/04/2014 09h02 – Atualizado em 07/04/2014 09h02

Sistema de Integração Lavoura e Pecuária da fazenda São Mateus é destaque em Mato Grosso do Sul

O evento contou com a presença do Presidente da Famasul, Eduardo Ridel, que na oportunidade, disse que todos devem espelhar em exemplos como o da Fazenda São Mateus, trabalhando com sustentabilidade e gerenciamento correto das ações

Da Redação

Ocorreu no dia 04 de abril, na fazenda São Mateus, município de Selvíria – MS, o 6º Dia de Campo Sistema São Mateus. Com o objetivo de mostrar a recuperação de áreas degradadas, diversificação de renda, aumento da produtividade e profissionalização da gestão, o evento atraiu um grande público entre produtores, profissionais do setor rural, acadêmicos e autoridades.

Juntamente com a Embrapa Agropecuária Oeste e Embrapa Gado de Corte, o sistema de integração lavoura e pecuária (ILP) foi mostrado para os presentes, destacando o processo de rotação de cultura de pastagem e soja, o que foi considerado um sucesso, mesmo em áreas de solos arenosos.

A abertura foi feita pelo Presidente do Sindicato Rural, Pascoal Secco, que na ocasião, mostrou a importância do evento. “Essa ação promovida pelo Mateus ajuda e muito os produtores e pecuaristas. Aqui é o momento de aprendermos o que deu certo e também as falhas e tentarmos juntos, pensar em soluções e valorização da classe”, ressalta.

Participou também o presidente da Famasul, Eduardo Ridel; o presidente da Aprosoja, Maurício Saito; Superintendente do Senar –MS, Rogério Beretta, o diretor tesoureiro do Sistema Famasul, Almir Dalpasquale, o diretor secretário do Sistema Famasul, Ruy Fachini; os agrônomos da Embrapa, Ademir Hugo Zimmer e Júlio César Salton e também o professor e pesquisador da Unesp, Édson Lazarini.

Segundo Ridel, “a importância dessa iniciativa ocorre quando temos força de vontade. Olhando os números percebemos os esforços enfrentados e a capacidade do produtor. Matheus adotou essa tecnologia para fazer a diferença. Precisamos de pessoas com coragem e conhecimento, para juntos, fazermos gestão e produzirmos com sustentabilidade”, reforça.

Já para os pesquisadores da Embrapa, Júlio César Salton e Ademir Zimmer, a busca pela sustentabilidade é peça de destaque. “. “Os resultados obtidos com o uso do Sistema São Mateus são positivos e quanto mais produtores implantarem o Sistema, melhor será a qualidade do solo da região. Estou satisfeito, pois o número de produtores que utilizam essa tecnologia na região está aumentando”, comemora Salton.

Ademir também está satisfeito com os resultados obtidos por meio da avaliação de desempenho dos animais com bons ganhos de peso e boas condições das pastagens recuperadas com a cultura da soja.

PESQUISA E TECNOLOGIA

Um ônibus levou os participantes para dois pontos estratégicos da fazenda, onde todos puderam sanar suas dúvidas. Na primeira parada, Mateus Arantes apresentava números da fazenda, sua história e também o que foi feito para conseguir sucesso nas ações desenvolvidas. Na segunda parada, os pesquisadores da Embrapa explicavam sobre os processos das pesquisas desenvolvidas e o que a Fazenda São Mateus possui que diferencia de outras.

Mateus Arantes, proprietário da fazenda São Mateus, que há seis anos apoia as pesquisas e utiliza o sistema em sua propriedade se diz muito satisfeito com os resultados obtidos até o momento. “Precisamos mudar a forma de fazer agricultura em regiões de terras baixas, de pouca fertilidade e pouca chuva. A utilização de sistemas integrados, como a ILP, nesta região tem se mostrado uma excelente alternativa para o produtor. Mas, é preciso mudar a forma de pensar do pecuarista, que também passará a ser um agricultor, implicando em capacitação, investimentos e mudanças na rotina de uma fazenda tradicional”, destaca ele.

Outro ponto abordado muito na fala de Mateus é a tecnologia. Segundo ele, esse processo iniciou-se em 2003 e desde lá teve momentos ruins, médios e bons. “2005 pensei em desistir, mas mesmo assim tentamos. Já em 2011 iniciamos com o milho safrinha. Nesses anos também plantamos soja. Já em 2012 começamos a estabelecer processos dentro da fazenda e virou uma administração compartilhada. Hoje, precisamos pensar muito na tecnologia, pois conseguimos aplicá-la no plantio direto em pastagem, no nelore P.O, na utilização do sistema DeltaGen, no desenvolvimento de uma agricultura de precisão, na ultrassom de carcaça e carne e também, na administração profissional”.

Mateus aproveitou o evento e repassou algumas dicas fundamentais para todos que queiram aprender com esse modelo. “Sabemos que a pecuária sempre foi muito baixa, o que fez com que muitos pecuaristas arrendassem suas fazendas. Você primeiramente precisa saber se quer ser produtor rural ou dono de terra. Se não souber isso, fica difícil saber aonde quer chegar. Eu precisei aprender isso, juntamente com minha família, para que o processo desse certo”.

AÇÕES PRÁTICAS

Para conseguir sucesso na fazenda, processos como a recuperação de áreas degradadas, voltados para a química e física, foram feitos, assim como um sistema de rotação de cultura ideal, bovinos a pasto sem ração, dimensionamento de máquinas, assistência técnica, pesquisa, associativismo e também treinamento de pessoal.

“Com tudo isso funcionamento corretamente, conseguimos em 2011/2012, colher 94 sacos de milho safrinha e 43 de soja. Hoje temos 1.000 he de área útil na fazenda com um solo de 9% a 70% de argila. O plantio direto de soja representa 650 he. Temos 1.700 cabeças de animais de cria, recria e engorda”, conclui Mateus.

Pesquisadores da Embrapa complementaram dizendo as formas para conseguir uma pastagem produtiva e elevada, juntamente com tudo o que foi feito por Mateus. “Hoje temos diversos números que mostram a evolução. Não realizamos mais o plantio convencional. No sistema de plantio com integração, conseguimos em 2013/2014, 1.902 kg. Já no plantio direto, 1.352 kg. Precisamos recuperar pastagens e depois cultivar”.

O Dia de Campo contou com pessoas de diversas cidades do Mato Grosso do Sul e outros Estados. Jeff Coelho e Sérgio Brantis vieram de Goiás para aprenderem mais sobre esse sistema. Para eles, foi um evento bem proveitoso. “Buscamos esse modelo que deu certo, juntamente com a tecnologia utilizada, pois pretendemos implantar em nossa região. Não podemos falhar, temos que seguir o mesmo caminho”, ressalta Jeff.

O evento é uma realização da Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte e fazenda São Mateus e contou com apoio do Sindicato Rural de Três, Lagoas, Famasul, Insaltec, Fertipar,Soesp, Seiva/John Deere,Designer Genes Technologies (DGT), Seprotur/Fundems.

(*) Com informações de Assecom Sindicato Rural

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