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Comemoração que não alegra os ouvidos

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04/07/2014 16h51 – Atualizado em 04/07/2014 16h51

O intenso barulho de rojões e fogos de artifício, bem como a exposição a sons muito altos é um dos grandes responsáveis pela perda precoce de audição

Larissa Lima

Com torcedores mais animados a cada jogo, a vontade de fazer barulho e comemorar a vitória da Seleção em grande estilo expõe os adeptos a rojões e fogos de artifício a um perigo nada silencioso: a perda de audição.

Provocada pelo intenso barulho dos fogos, que pode atingir a intensidade de 140 decibéis, a perda de audição pode ser, em alguns casos, irreversível. Um dos fatores que contribuem para o dano permanente é a rapidez com que o barulho de um rojão ao estourar, percorre todo o ouvido, atingindo as células da cóclea, que é a parte do ouvido interna responsável por receber os sons.

TIPOS DE TRAUMA

Na maioria dos casos, a perda auditiva ocorre de forma unilateral, quando atinge apenas um dos órgãos. Traumas mais graves podem geral um dano bilateral e irreversível. Os traumas acústicos podem ser temporários e geralmente iniciam com o surgimento de zumbidos, que atingem cerca de 28 milhões de pessoas em todo o mundo. Aproximadamente 10% das pessoas em toso o mundo sofrem com algum grau de surdez.

No Brasil, cerca de 15 a 20 milhões de pessoas sofrem com zumbido, que uma das principais causas da perda de audição, segundo a Sociedade Brasileira de Otologia (SOB). Outro fator que contribui para estes números é a exposição a insetos, responsável pelos problemas auditivos de 30 a 35% das pessoas.

Segundo a fonoaudióloga Rosimeire Rodrigues da Silva, a perda auditiva também é determinada por fatores de pré-disposição, tendo em vista que cada pessoa possui um histórico auditivo.

Ainda segundo a fonoaudióloga, a exposição a ruídos de rojões, por exemplo, pode ocasionar na perda auditiva induzida por nível de pressão sonora (painspe). A partir de 110 decibéis os danos na audição podem ser permanentes.

Já com relação aos zumbidos, Rosimeire explica que podem ser temporários ou permanentes. No primeiro caso, o incômodo desaparece após algumas horas de repouso auditivo. Porém, alerta que o zumbido é um sintoma relevante e que deve ser investigado por meio de exame.

De acordo com a especialista, pequenas perdas de audição não percebidas pelo paciente e que ao diagnosticar algum índice de queda, é importante que o aparelho auditivo seja utilizado para que assim, o cérebro continue a ser estimulado.

CAPACIDADE E PREVENÇÃO

A intensidade do barulho repentino de rojões, em decibéis, é muito superior a que o ouvido humano suporta, que é de apenas 60, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A perda auditiva pode desencadear outros problemas de saúde, como dor da cabeça, estresse, insônia, gastrite, úlcera depressão, alterações hormonais e de pressão.
Para preservar a saúde auditiva, a especialista recomenda usar protetores em locais com sons intensos e que a exposição seja constante, como no trabalho, por exemplo. Em relação aos fogos e rojões, o recomendado é que a proximidade seja evitada e, caso não seja possível, utilizar os protetores.

Ao ouvir música, prefira fones que tenham formato de concha, pois distribuem o som de forma mais homogênea, causando menos danos. Porém, é importante não prolongar esta atividade.

Rosimeire pontua ainda que proteger os ouvidos ou evitar locais com barulho intenso não é suficiente. Segundo ela, é preciso uma conscientização da sociedade em geral, que cada dia mais, é estimulada por meios sonoros. “É necessário que as pessoas entendam a gravidade da perda de audição, que vai além de perder a capacidade de ouvir, trazendo transtornos em diferentes áreas da vida da pessoa, impactando na saúde física e psicológica”, finalizou.

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