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Açougueiro “abraça causa” e faz limpeza voluntária da Circular da Lagoa Maior

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29/10/2014 09h58 – Atualizado em 29/10/2014 09h58

Nascido em Campinas e há sete meses em Três Lagoas, Demilson aproveita período em que não está trabalhando para cuidar do cartão postal da cidade, atualmente relegada ao descaso

Léo Lima e Ricardo Ojeda

Enquanto o setor competente da prefeitura de Três Lagoas não faz o dever de casa, promovendo a limpeza do cartão postal da cidade, um cidadão de origem humilde e que mora no município há sete meses vem dando lição de cidadania e exemplo de respeito à natureza.

As atividades desse cidadão podem ser registradas logo no início da manhã. Nesta quarta-feira (29), a reportagem do Perfil News esteve na Lagoa Maior e constatou o voluntário, oriundo do interior paulista, fazendo o serviço de coleta de lixo e sujeira na orla da lagoa, separando os produtos recolhidos, ensacando material orgânico e colocando recicláveis em outro recipiente e daí em container existente próximo à biblioteca municipal.

Um fato que há dois meses vem acontecendo e que, segundo Demilson Chagas, 39 anos, que trabalha em um supermercado das 13hs às 20hs, diariamente, e mora no bairro Santa Rita, promove “satisfação pessoal e ajuda a natureza e o meio ambiente, que merece cuidados de todos nós”. Ele, praticamente, atravessa a cidade para realizar, sozinho, essa ação cidadã.

Demilson, durante esse tempo que vem atuando na limpeza de lixo na Lagoa Maior, afirma ter coletado aproximadamente uma tonelada e meia de material inservível, “despejados por inconsequentes, pessoas que não tem educação e prejudicam o meio ambiente e até os animais, pois eles consomem alimentos jogados na Lagoa e às vezes junto com plástico, papel”.

OUÇA ENTREVISTA COM O VOLUNTÁRIO

Enquanto conversa com a reportagem do Perfil News Demilson continua sua lida solitária de limpeza, recolhendo de dentro da Lagoa Maior um banco de plástico, jogado por alguém. “Estou muito satisfeito com o resultado; diminuiu 80% a quantidade de lixo, com a colocação de sacos plásticos. Falta conscientização dos frequentadores desleixados”, observa.

AUXILIO

Nessa luta incansável pela preservação do espaço, Demilson Chagas conta que já recorreu à Prefeitura Municipal na tentativa de conseguir apoio logístico – sacos plásticos para coleta, entre outros materiais -, mas não obteve auxílio. “Fui na prefeitura, mas fui descartado; lá me indicaram a Secretaria de Meio Ambiente, onde não fui bem recebido. Voltei à prefeitura e a chefe de gabinete disse que o trabalho voluntário faz muita “muvuca” e depois cessa e os problemas ficam para a prefeitura”, enfatiza.

Demilson pretende formar um grupo de voluntários para realizar melhor o serviço de limpeza e coleta do lixo na Lagoa Maior. “Além de apoio logístico fui buscar na prefeitura apoio jurídico e técnico para montar uma equipe”, disse, acrescentando que pretende atrair mais pessoas para compor esse grupo. “Quem quiser ser parceiro basta ligar para mim, no 9211-6232, que eu atendo e explico; todos devemos abraçar essa causa”, afirma.

DESCASO

No domingo (26) de manhã, a reportagem do Perfil News esteve, mais uma vez, na Circular da Lagoa, e outra vez flagrou o desleixo tomando conta do espaço: amontoados de lixo despejados fora das lixeiras, emporcalhando o local.

Porém, nesta manhã (29), foi flagrado, novamente, o mesmo problema: restos de coco, papéis, latas, garrafas plásticas, enfim, materiais inservíveis, descartados por toda a Lagoa Maior, sem que a limpeza e coleta tenham sido realizadas. E as lixeiras estavam cheias.

“Desde que cheguei aqui [Três Lagoas], ao ver a Lagoa Maior, me encantei pelo lugar, mas fiquei muito triste ao ver que precisava de maiores cuidados”, conclui Demilson Chagas.








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