18/11/2014 17h10 – Atualizado em 18/11/2014 17h10

“Papai Noel dos Correios” pode receber até mil cartinhas neste ano

Há mais de 25 anos tirando sonhos do papel, a campanha de 2014 iniciou há uma semana e já recebeu mais de 460 pedidos

Thata Bernachi

Muito mais do que uma ação social, o “Papai Noel dos Correios” completa 25 anos levando não apenas a realização de sonhos às crianças mais carentes, como também resgatando o valor da escrita – método este que com o avanço da tecnologia tem ficado tão de “de lado” entre as atuais gerações.

O coordenador dos Correios de Três Lagoas, Claudinei Barbosa de Morais, contou à equipe do Perfil News que a ação surgiu através das cartinhas destinadas ao Papai Noel que a empresa sempre recebia na época de Natal. “Nós não sabíamos o que fazer com elas, daí surgiu a iniciativa de encontrar padrinhos que adotassem essas cartas e realizassem os pedidos”, conta Morais.

PEDIDOS

Segundo Claudinei, a cada ano eles atendem uma instituição diferente, recolhendo os pedidos de crianças de cinco a dez anos. “Infelizmente a demanda é muito grande e nós ainda não temos condições de abrir esse leque”, esclarece.

No ano passado os Correios receberam cerca de 830 cartinhas, conseguindo arrecadar por volta de 650 presentes.

Este ano a instituição escolhida foi a Escola Municipal Eufrosina Pinto, localizada no bairro São João, e a “adoção” já teve início no dia 13 passado e vai até 6 de dezembro, podendo os presentes serem entregues até dia 13 do mês que vem.

Em uma semana do início da campanha, mais de 460 cartinhas já chegaram até os “Papais Noéis” dos Correios, e a expectativa é que este número ultrapasse a casa das mil correspondências.

ADOÇÃO

Claudinei Barbosa explica que todas as cartas recebidas são registradas no sistema dos Correios e as pessoas, empresas ou entidades interessadas podem escolher o pedido que irão realizar. Ele ainda ressalta que para a preservação das crianças, os padrinhos não têm contato com os presenteados.

O coordenador conta que em 27 anos trabalhando na empresa, já viu histórias marcantes e pedidos que emocionassem não só os padrinhos como também os funcionários. “No ano passado um garoto pediu um colchão e outra menina escreveu dizendo que não tinha sandália para ir à escola. Ambos foram presenteados”, exemplifica Claudinei.

TIRANDO SONHOS DO PAPEL

A dona de casa Shirley Alves, de 59 anos, todos os anos participa da campanha “apadrinhando” algumas cartinhas. Para ela, o ato de solidariedade é importante não só para quem recebe, mas também para quem doa. “Às vezes a gente passa o ano todo sem fazer nada, temos que fazer pelo menos no final do ano. Faz um bem enorme”, conta ela e acrescenta que as filhas também aderiram à campanha.

Para o coordenador a cada ano realizando a ação é um desafio diferente. “A importância está na emoção de fazer a alegria de uma criança; de ver uma criança sorrir. Hoje não é fácil viver nesse mundo tão violento, então você ser contemplado em ter a felicidade de ver o sorriso inocente de uma criança é muito bom”, finaliza.