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Policiais ambientais terão formação pós-graduação em curso

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19/11/2014 09h59 – Atualizado em 19/11/2014 09h59

Estratégias para a Conservação da Natureza é o objetivo do evento; os alunos iniciaram a capacitação programada anualmente no Pantanal de Corumbá

Assessoria

O curso Estratégias para a Conservação da Natureza, promovido pela Secretaria Estadual de Segurança Pública com o apoio de instituições como a ANA (Agência Nacional de Águas) e organizado pela Ong Instituto Homem Pantaneiro (IHP), deixou de ser apenas uma capacitação de extensão para se tornar este ano em um projeto piloto de pós-graduação.

Os 35 policiais militares ambientais de todo o Brasil presentes na 12ª edição do curso iniciado em 1992 participaram, de agosto a outubro, de um módulo a distância, com ênfase na questão do planejamento e gestão dos recursos hídricos. “Como o curso presencial só possui 110 horas/aula, era necessário complementar as 360 horas da pós-graduação em um ambiente virtual”, revela o coronel Ângelo Rabelo, idealizador do curso.

VIAGEM AO PANTANAL

Depois de concluir o modelo não presencial (proposto pela ANA), os alunos (oficiais da Polícia Ambiental de 19 Estados) iniciaram, no último dia 14, a capacitação programada anualmente no Pantanal de Corumbá, onde as palestras e discussões intercaladas com atividades práticas são realizadas a bordo de um barco-hotel navegando pelo rio Paraguai até a divisa de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, durante dez dias.

Na terça-feira (18), os militares se encontram na região da Serra do Amolar, distante 180 km ao norte de Corumbá pelo rio, cumprindo a programação didática e visitas a algumas unidades de conservação, como as RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Eliezer Batista e Acurizal, que somam mais de 40 mil hectares. No último fim de semana, estiveram na região do Chané, onde conheceram as baías e corixos permanentes formados pelas águas dos rios Paraguai e Taquari.

TROPA DE ELITE

O curso objetiva a formação de uma tropa de elite na conservação ambiental dos biomas brasileiros dentro da PMA, substituindo, por meio do conhecimento científico, jurídico e ambiental, o modelo de repressão absoluto por ações de prevenção e educação ambiental. “Era preciso inverter o processo, prevenir e proteger em vez de multar e repreender”, explica Rabelo, que atuou na chamada “guerrilha” contra os contrabandistas de peles de jacaré do Pantanal na década de 1980.

Os militares aprendem, durante a capacitação, que a multa deve ser evitada a todo custo, porque ela significa que a unidade militar chegou atrasada ao ambiente alterado. “Para alguém que trabalha na proteção da natureza, a multa representa uma derrota”, reflete Rabelo. Para o ambientalista e palestrante Miguel Milano, o curso promovido pela Polícia Militar de MS mudou paradigmas e profissionalizou ainda mais o policial ambiental.

“Os avanços são visíveis em mais de uma década do curso na formação do policial e em sua forma de atuar na questão ambiental, além de motivá-lo a buscar esse aperfeiçoamento dentro e fora da corporação”, disse Milano. Segundo ele, o curso também tem sido um diferencial na forma de fazer conservação e de como fazer policiamento para esse fim. “A capacitação faz a cabeça dos policiais e novos conceitos de atuar irradiam pelas corporações”, completou.

O curso segue até o dia 22 (sábado) e a programação inclui visita ao Parque Nacional do Pantanal, em Poconé (MT), cuja sede fica às margens do Rio Cuiabá, divisa dos dois Estados pantaneiros. Durante a viagem pelo rio Paraguai, os alunos têm a oportunidade de conhecer a realidade das comunidades ribeirinhas e histórias de pantaneiros tradicionais, como Armando Lacerda, do Porto São Pedro, que falou ao grupo sobre sua visão ecológica da região.

(*) Com Assessoria de Comumincação Governo MS

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