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Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV

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12/12/2014 16h34 – Atualizado em 12/12/2014 16h34

Banco do Brasil suspende patrocínio à CBV por causa de irregularidades

Auditoria de órgão do Governo Federal aponta irregularidades na gestão do dinheiro público da entidade máxima do vôlei brasileiro; banco e CBV emitem notas oficiais

Globo Esporte

O Banco do Brasil anunciou nesta quinta-feira que suspendeu o pagamento de verbas relacionadas ao patrocínio da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol). Parceiro do vôlei verde-amarelo há 23 anos, o banco tomou a atitude após o relatório final da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar irregularidades na gestão do dinheiro público na CBV. Os contratos irregulares têm juntos o valor de R$ 30 milhões em pagamentos feitos entre 2010 e 2013. A entidade máxima do vôlei nacional emitiu nota de esclarecimento sobre o relatório do CGU, mas não comentou a suspensão do patrocínio do Banco do Brasil. Assista ao vídeo do Jornal Nacional!

Entre as irregularidades encontradas na auditoria realizada pelo órgão do Governo Federal estão pagamentos para empresas possivelmente fantasmas de genros do ex-presidente da Confederação, Ary Graça. A CGU também identificou que bônus de performance não eram repassados aos atletas.

O Banco do Brasil afirma que retomará o patrocínio – o atual contrato vai até 30 de abril de 2017 – caso a CBV adote as recomendações solicitadas pelo relatório da CGU, que isenta o Banco de responsabilidade pelas irregularidades identificadas.

“A CBV deve adotar medidas para sanear as irregularidades encontradas na auditoria com vistas a manter o seu patrocínio com o Banco do Brasil e reduzir o risco de imagem de ambos. A principal providência é adotar as medidas administrativas e legais cabíveis para o ressarcimento dos gastos com serviços sem comprovação de execução, bem como a apuração da existência de outros serviços pagos e não executados para também providenciar a devolução desses recursos”, aponta o relatório da CGU.

A suspensão da verba de patrocínio feita pelo Banco do Brasil foi uma recomendação do relatório da CGU.

O ex-presidente da CBV e hoje presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, também emitiu nota oficial se defendendo das acusações. Ainda informa que ainda não teve acesso ao relatório do CGU.

Confira a íntegra da nota oficial do Banco do Brasil

“O Banco do Brasil informa que suspendeu os pagamentos à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) referentes aos contratos de patrocínio e condiciona a retomada dos pagamentos – e a continuidade do patrocínio – à adoção imediata pela CBV de todas as medidas corretivas apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU), além de outras identificadas pelo Banco como necessárias. Parte das medidas apontadas pela CGU foram previamente identificadas pelo BB e constam de aditivo contratual que foi negociado com a CBV, porém sem resposta final por parte da Confederação. O Banco do Brasil reitera que não irá compactuar com qualquer prática ilegal, ou que seja prejudicial ao esporte e à comunidade do vôlei, e entende ser necessário que a CBV adote novas práticas de gestão que tragam mais disciplina e transparência à aplicação dos recursos.”

Confira a íntegra da nota oficial da CBV

“A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu na tarde de 04/12/2014 o relatório nº 201407834 de auditoria da Controladoria Geral da União, depois da série de denúncias da ESPN sobre a gestão do ex-presidente Ary Graça Filho.

Mesmo antes do relatório final, a nova gestão tomou providências visando implantar uma governança responsável e, acima de tudo, ética. Entre as medidas sugeridas pela CGU no relatório final já havia contratado auditoria para analisar os exercícios anteriores, cancelando contratos que possuíam vícios éticos, abrindo as contas e disponibilizando documentos para as entidades de fiscalização, sem restrição nenhuma. Desde abril de 2014 publica mensalmente balancetes em seu sítio eletrônico, tem um modelo de governança desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, já reestruturou o quadro administrativo, criou medidas de aprimoramento na seleção de fornecedores e implantou uma auditoria interna permanente.

A reportagem publicada pela ESPN restringe-se a duas citações sobre a responsabilidade da atual gestão. A primeira sobre pagamentos em 2014 para a empresa SMP Sports Marketing, totalizando 188.000,00 reais. A empresa de propriedade de Marcos Pina recebeu pelos serviços prestados pelo citado de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, quando foi superintendente da CBV e recebia via pessoa jurídica o valor mensal de 47.000,00 reais. Nenhum outro pagamento após o seu desligamento foi efetuado.

Sobre a segunda citação, a CBV expressa veementemente que o diretor de eventos Marcelo Wangler recebe apenas uma remuneração mensal, paga através da pessoa jurídica MWangler Produções e Eventos Ltda.

De posse do relatório final da auditoria da CGU a CBV tomou as medidas que estão ao seu alcance legal, contratando o escritório jurídico Thompson Motta Advogados Associados para acionar judicialmente buscando o ressarcimento dos valores gastos com contratos ou serviços suspeitos.

A determinação do presidente da CBV, Walter Pitombo Larangeiras, é para o cumprimento integral das medidas sugeridas pela Controladoria Geral da União. O esforço agora é para implementar aquelas que são essenciais para a melhoria do voleibol brasileiro, a exemplo da criação do Conselho de Apoio à CBV, formado por atletas, técnicos e a comunidade do voleibol.”

Confira a íntegra da nota oficial do ex-presidente da CBV, Ary Graça
“O ex-presidente da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Ary Graça, esclarece que não teve, até o momento, acesso ao relatório da CGU. Ele refuta as acusações feitas na imprensa e reafirma que auditoria externa da Price na CBV avaliou todos os contratos e não encontrou nenhuma ilegalidade. Em consulta a advogados externos também foi reafirmado que os contratos são absolutamente legais. Estes documentos estão em posse da CBV.

Ademais, houve efetiva contraprestação dos serviços contratados, o que pode ser evidenciado por provas documentais e testemunhais. Notas fiscais, contratos e relatórios são absolutamente claros, com recolhimento de todos os impostos devidos, inclusive os federais. Seria impossível o voleibol brasileiro ter chegado ao ponto que chegou sem a efetiva prestação dos serviços pelas empresas.
O trabalho realizado pelo grupo de experts, durante dois anos, possibilitou o aumento do valor do patrocínio do Banco do Brasil em mais de cem milhões de reais, o que foi profundamente meritório. Esse trabalho foi realizado sem qualquer participação de Ary Graça, o que pode ser comprovado por testemunho das partes envolvidas na negociação.”

PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS COM O PATROCÍNIO

Seleção brasileira masculina

Bicampeonato olímpico em Barcelona 1992 e Atenas 2004

Tricampeonato mundial (2002, 2006 e 2010)

Prata olímpica em Pequim 2008 e Londres 2012

Nove títulos da Liga Mundial (1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010)

Seleção brasileira feminina

Bicampeonato olímpico em Pequim 2008 e Londres 2012

Bronze olímpico em Atlanta 96 e Sydney 2000

Dez títulos do Grand Prix (1994, 96, 98, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2013 e 2014)

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