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Mulheres do MST invadem fábrica de papel e celulose e destroem mudas de eucalipto transgênico

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06/03/2015 10h13 – Atualizado em 06/03/2015 10h13

Encapuzadas e armadas com facões, machados e pedaços de pau, mais de mil mulheres do movimento social atacaram a empresa

Da redação

Mais de mil mulheres encapuzadas e armadas com machados, facões e pedaços de pau invadiram uma fábrica de papel e celulose, por volta das 6h de ontem (05), e destruíram milhares de mudas de eucalipto transgênico criadas por meio de pesquisas feitas desde 2001.

As mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que invadiram uma fábrica de papel e celulose em Itapetininga (SP) divulgaram um vídeo na internet mostrando o momento da invasão e destruição na empresa veja. Segundo a polícia ninguém foi detido.

O MST afirmou, em nota, que o plantio em escala do eucalipto transgênico pode causar sérios impactos ambientais e sociais, já que contaminaria a produção de mel brasileira, e necessitaria de mais água e agrotóxico se comparado com a espécie natural. Ainda segundo o movimento, o vídeo é um instrumento para que fosse levado o debate à sociedade para barrar aprovação.

Oriundas de várias cidades paulistas e de Minas Gerais, as mulheres chegaram à multinacional divididas em 15 ônibus. A ação, segundo o movimento, faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres no Campo.

TRABALHO DESTRUÍDO

A pesquisa destruída faz parte de um projeto pioneiro no mundo para melhoramento genético do eucalipto: a variedade H421, que consegue produzir 20% a mais que as outras. A variedade seria votada na quinta (05) na reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) em Brasília (DF). Mas a votação foi cancelada após outro grupo também ligado ao MST fazer um protesto no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A reunião foi remarcada para abril.

O gerente executivo da fábrica, Eduardo José de Mello, lamenta a destruição dos estudos de modificação genética. “O pessoal aqui se emocionou muito, algumas pessoas chegaram até a chorar aqui em função de poderem observar a destruição de um trabalho de anos. O produto é seguro para a sociedade e meio ambiente”, defende.

Para o tenente coronel da Polícia Militar em Itapetininga, Marcelo Alves Marques, as manifestantes do MST aproveitaram uma falha de segurança na empresa. “Quando elas entraram havia poucos funcionários e elas tomaram a vigilância da empresa. Ninguém saiu ferido”, ressalta.

A Polícia Civil irá instaurar inquérito para investigar quem são os responsáveis pela invasão. Eles vão responder por ameaça, danos ao patrimônio particular e crime ambiental.

(*) G1

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