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Pecuarista denuncia usina de etanol por ataque de moscas

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25/06/2015 10h31 – Atualizado em 25/06/2015 10h31

As moscas estão se multiplicando nas áreas de cana-de-açúcar da Usina e indo às fazendas atacarem os gados; a infestação tem causado até morte de alguns animais

Fabio Jorge

Neste mês de junho, dois pecuaristas de Costa Rica registraram Boletim de Ocorrência denunciando o severo ataque de mosca do estábulo (stomoxys calcitran), que vem sofrendo os seus rebanhos de gado.

A proliferação das moscas estão aumentando devido ao despejo indevido de vinhaça, produto utilizado para a fertirrigação das lavouras de cana-de-açúcar das usinas da região. Segundo os fazendeiros, o mau-cheiro atrai as moscas que se multiplicam e, acabam partindo para os pastos, parasitando em cima de bois e vacas.

A Usina de Etanol da Odebrecht, a mais próximas dessas fazendas já foi notificada sobre o problema e, no ano passado, foi realizada uma reunião para que a empresa tomasse providências, mas, segundo os pecuaristas, o problema persiste e se agrava.

“O gado fica se debatendo, deixam de comer, perdem peso e até morrem. Os bezerros têm morrido de fome, pois as mães se debatem e eles não conseguem mamar”, lamenta o pecuarista.

Um dos criadores disse que trabalha com gado P.O, o que agrava os prejuízos, já que se trata de animais de alto valor econômico. O caso já foi oficialmente reconhecido pelos técnicos do IAGRO, lembram os pecuaristas prejudicados. Houve fazendeiro que já perdeu nove cabeças, inclusive vacas leiteiras.

Casos semelhantes vêm causando prejuízos em Nova Alvorada do Sul, onde fazendeiros chegaram a perder vacas leiteiras, bezerros e até porcos por causa das moscas.

EMPRESA NÃO APRESENTA SOLUÇÃO

Procurada pelo site Jovem Sul, a Odebrecht desconversou sobre o assunto e disse que tomou conhecimento de uma possível manifestação com bloqueio de estradas dos arredores da unidade Costa Rica marcada para este final de semana, a exemplo de ação já ocorrida em no dia 29 de setembro do ano passado e esclarece que:

Caso referida ação se concretize, milhares de moradores, trabalhadores e pessoas em geral, notadamente da Comunidade do Município de Costa Rica, incluindo os trabalhadores da Usina Costa Rica, que circulam por tais estradas públicas, terão novamente seu Direito Constitucional de ir e vir indevidamente cerceado e serão novamente prejudicados. A Odebrecht diz lamentar a realização desses atos, que segundo ela, prejudica a comunidade e o desenvolvimento.

A empresa solicitou apoio das autoridades para evitar que tal manifestação com bloqueio de estradas públicas ocorra novamente, tendo inclusive lavrado ocorrência junto à Delegacia de Polícia;

Em nenhum momento a Odebrecht fala em pesquisa, experimentos, investimento ou ações que levem à solução definitiva do impacto ambiental, no caso a proliferação do inseto, que notadamente a fertilização da cana-de-açúcar com vinhaça vem provocando.

MOSCA DO ESTÁBULO

É uma mosca que pertence à família dos muscídeos, que se distribui mundialmente. Ela é responsável pela transmissão de diversas doenças aos animais domésticos, podendo ser hospedeira intermediária de nematóides, como a larva de Habronema sp. e, também, o vetor de ovos da Dermatobia hominis.

Sua morfologia lembra muito a da Mosca doméstica. Tanto os machos quanto as fêmeas se nutrem de sangue uma a duas vezes por dia, variando de acordo com a temperatura ambiental. Durante a ovação, as fêmeas podem pôr de 25 a 50 ovos em locais que contenham palha ou feno, principalmente se estes estiverem fermentados ou umedecidos com urina e fezes de animais.

As fezes de equinos, bovinos, suínos e ovinos também podem servir para a criação desta mosca. Restos alimentares dos animais, também são um grande atrativo para esses dípteros realizarem a postura. A picada da S. calcitrans é muito dolorosa e afeta principalmente os equinos, permitindo, deste modo, a transmissão mecânica de microrganismos e protozoários patogênicos. O local atingido pode apresentar inchaço, vermelhidão e coceira.

CONTROLE

O controle é feito através da redução da fonte onde esse díptero se prolifera, mantendo assim os abrigos dos animais (como estábulos) e pastos limpos, removendo fezes frescas, camadas úmidas de palha, feno e resíduos alimentares. Pode também ser feito o uso de inseticidas à base de piretróides, organofosforados, na forma de pulverização ao redor dos alojamentos dos animais e das instalações rurais, ou também o uso de inseticidas aplicados no dorso do animal.

(*) com informações Jovem Sul

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