02/04/2016 12h15 – Atualizado em 02/04/2016 12h15
Moeda dos EUA caiu a R$ 3,5627, menor cotação em mais de 7 meses. Em março, dólar recuou 10,17% frente ao real.
Da redação
Após operar em alta pela manhã, o dólar mudou de direção e fechou em queda frente ao real nesta sexta-feira (1), em meio a alguma melhora nos mercados externos e ao baixo volume de negócios. O cenário político no Brasil, no entanto, continuou incerto e tomou a atenção do mercado, de olho no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A moeda norte-americana caiu 0,93%, a R$ 3,5627 na venda, depois de fechar março com a maior queda mensal em 13 anos.
A cotação é a mais baixa desde o dia 27 de agosto de 2015, quando a moeda encerrou cotada a R$ 3,5528.
Enquanto subia, a moeda norte-americana chegou a atingir R$ 3,6227 na máxima do dia, segundo a Reuters.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, alta de 0,43%,a R$ 3,6118.
Às 9h50, alta de 0,01%, a R$ 3,5967.
Às 10h19, alta de 0,6%, a R$ 3,6195.
Às 10h50, alta de 0,4%, a R$ 3,6107.
Às 11h20, alta de 0,4%, a R$ 3,6107.
Às 12h, queda de 0,69%, a R$ 3,5715.
Às 12h39, queda de 0,99%, a R$ 3,5605.
Às 12h59, queda de 1,51%, a R$ 3,542.
Às 13h30, queda de 1,07%, a R$ 3,5576.
Às 13h49, queda de 1,04%, a R$ 3,5587.
Às 14h10, queda de 0,84%, a R$ 3,566.
Às 14h55, queda de 0,68%, a R$ 3,5716.
Às 16h44, queda de 0,80%, a R4 3,5672.
Cenário externo
“O mercado está sensibilizado pelo noticiário político e um fluxo mais relevante acaba fazendo estrago”, disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, à Reuters.
A queda do dólar frente ao real veio em sintonia com a recuperação das bolsas norte-americanas, depois de dados mais fortes que o esperado sobre a atividade industrial nos Estados Unidos.
O dólar também reduziu o avanço em relação às principais moedas emergentes, como o peso mexicano. Expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, eleve os juros mais cedo do que o esperado davam suporte à moeda norte-americana.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil, pressionando o câmbio por aqui.
Cenário político
Na cena doméstica, os mercados foram fortemente influenciados pelo noticiário político. Os ativos locais vêm reagindo positivamente a notícias que possam aumentar as chances de impeachment da presidente e vice-versa.
Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia ajudar a colocar a economia nos eixos, mas alguns ponderam que a instabilidade política tende a afetar a confiança dos agentes econômicos.
A operação Lava Jato prendeu nesta manhã o ex-secretário do PT Silvio Pereira e o empresário de Santo André Ronan Maria Pinto em nova fase deflagrada com o objetivo de aprofundar investigações sobre empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões do Banco Schahin direcionado ao PT.
A investigação vem um dia após dezenas de milhares de pessoas protestarem em diversas cidades do país contra o impeachment de Dilma, que classificam como golpe para derrubar o governo.
“Não dá para saber direito qual o saldo das notícias, se é positivo ou negativo. O mercado fica um pouco ao léu”, disse mais cedo o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Atuação do BC
Outro foco de atenção é a atuação do Banco Central, que sinalizou na noite passada que deve rolar apenas cerca de metade do lote de swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em maio, menos do que os 67% repostos no mês anterior.
O BC vendeu nesta manhã a oferta total de 5,5 mil contratos no primeiro leilão de rolagem, repondo cerca de 3% do lote do próximo mês, equivalente a US$ 10,385 bilhões.
No entanto, o BC não anunciou leilão de swap reverso, equivalente a compra futura de dólares, para esta sessão, atuação classificada como “cautelosa” por um operador de um banco que lida diretamente com o BC.
“Ele está agindo de pouco em pouco. Deixa claro que está de olho em quedas excessivas (do dólar), mas não vai mostrar todas as armas de uma vez”, afirmou a Reuters.
Véspera
No último dia de março, o dólar fechou em queda de 0,68%, a R$ 3,5963. No mês, o dólar acumulou queda de 10,17% frente ao real. Segundo a Reuters, trata-se do maior tombo mensal desde abril de 2003, quando a divisa recuou mais de 13%. No primeiro trimestre, a baixa ficou em 8,91%.
(*) G1 – Economia
