06/09/2016 11h06
Em busca de “Plano B”, três-lagoenses lotam filas de lotéricas para realizar serviços de banco
Os bancários de Três Lagoas aderiram à greve nacional nesta terça-feira (6) e a paralisação não tem data para acabar. Atendimento só em caixas eletrônicos, lotéricas e postos bancários
Daniela Silis e Ricardo Ojeda
Como já havia sido anunciado, as agências bancárias de Três Lagoas amanheceram nesta terça-feira (6) com avisos de greve. De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários de Três Lagoas, Telma Regina Canisso, apenas os caixas eletrônicos estão em funcionamento para que os clientes possam sacar dinheiro, realizar depósito, pagar contas e outros serviços oferecidos pela máquina de autoatendimento.
A paralisação, que é nacional, não tem data pata acabar. A reivindicação é pelo reajuste de salários, melhora na segurança, saúde e garantia de emprego. Segundo a presidente do sindicato, já foram realizadas cinco rodadas de negociações com os banqueiros, porém foi apresentada apenas uma proposta baixa de reajuste salarial. “Eles apresentaram uma proposta de 6,5% com um abono de R$ 3 mil e isso é totalmente insuficiente. A gente não quer abono, a gente quer um aumento real nos salários”, disse Canisso.
Entre as cidades do Bolsão, entraram em greve nesta terça-feira as agências bancárias de Três Lagoas, Aparecida do Taboado e Paranaíba. Na quinta-feira (5) devem aderir à paralisação as agências de Cassilândia e Chapadão do Sul. A base sindical compreende 11 municípios com 40 agências, no total de 400 bancários. Só em Três Lagoas são 190 funcionários.
PLANO B
Com a paralisação, apenas os serviços de autoatendimento em agências bancárias funcionam e são processados por funcionários que realizam o abastecimento das máquinas e recolhem todo o material depositado. Além disso, outras opções são oferecidas para os clientes, como os serviços de bancos postais, correspondentes bancários e lotéricas.
“Hoje praticamente todos os bancos mantem um correspondente bancário que também tem o papel de retirar os clientes de dentro das agências. Os correspondentes bancários seriam para uma cidade que não teria agências, porém hoje aqui em Três Lagoas existe corresponde na frente das agências bancárias”, argumentou a sindicalista.
Segundo Canisso, o cliente acaba sendo prejudicado com a paralisação dos bancos, principalmente nas primeiras semanas do mês, data em que são realizados os pagamentos. Porém ela afirma que os funcionários tentar minimizar isso ao máximo.
“Os bancários não querem entrar em greve, o que acontece é que os banqueiros, ao apresentar uma proposta dessas, sem uma contraproposta, não é uma negociação, é uma imposição. Uma imposição de perda de salário, porque se a inflação está 9,78% e os banqueiros oferecem 6,5%, o salário já vai ser rebaixado automaticamente 3%, então a gente realmente não queria fazer greve. Quem empurra os bancários para a greve são os banqueiros e os clientes se sentem prejudicados, com certeza”, finalizou a presidente do sindicato.