26/10/2016 08h30
Ao todo, 22 empresas disputam o certame que deveria acontecer no dia 24, porém a Agesul remarcou a licitação para o próximo mês atendendo solicitação de algumas empreiteiras
Patrícia Miranda e Ricardo Ojeda
A saúde brasileira é um gargalo que preocupa as administrações tanto municipais, estaduais e federais e que afeta a paciência e a esperança de quem precisa de um atendimento de urgência. Em Três Lagoas, a situação não é diferente. Com mais de 115 mil habitantes de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o sistema da saúde apresenta suas dificuldades. A rede municipal apresenta 12 unidades básicas de postos de saúde, dois centros especializados, duas clínicas (pediatria/ortopedia e da mulher), além de uma UPA 24h (Unidade de Pronto Atendimento) que atendem Três Lagoas e região.
O Hospital Auxiliadora contribui com 60% de seus leitos do SUS (Sistema Único de Saúde), no entanto para comportar a crescente população guiada pela industrialização nos últimos dez anos e para atender a demanda do campus da UFMS no curso de Medicina, o governo estadual, como contrapartida teve que correr atrás de recursos e abrir a licitação da construção do hospital Regional, que atenderia o estágio dos acadêmicos, bem como a população da região.
HISTÓRICO
A história se arrasta desde 2013, no final da administração do governador André Puccinelli (PMDB), quando a licitação foi aberta, porém não houve interessados. Na ocasião as empreiteiras alegaram que o valor estava fora dos custos reais. Após isso, a Prática Engenharia Ltda, de Campo Grande foi à vencedora de outro processo licitatório, em julho de 2014. Na época a empreiteira ganhou certame com o valor de R$ 41.124.684,98.
Após o conhecimento da vencedora, mais um impasse foi criado. O local definido para a construção pertencia à Cesp e não seria possível a realização. Entretanto, com a doação de uma área de 23 mil m² pelo empresário três-lagoense Magid Thomé Filho, uma nova licitação foi feita por uma obrigação legal do terreno. Com a mudança, os valores foram prejudicados, assim como o tamanho do terreno que foi alterado, dessa forma inviabilizou o processo anterior.
Em dezembro de 2014 uma nova licitação foi realizada e a empresa CMT Engenharia Ltda foi a vencedora. O valor final foi acrescido, se comparado com a empresa antecedente, a obra foi fechada em R$ 41.290.945,48. Após iniciar o projeto, a construtora desistiu de executar, alegando que os valores eram incompatíveis com a construção do projeto.
GOVERNO AZAMBUJA
Já no então governo de Reinaldo Azambuja, com a intenção de resolver o impasse e preocupação de estudantes de medicina que utilizarão o local para estágio, foi anunciado que para as obras do Hospital Regional fossem investidos R$ 41 milhões financiados pelo BNDES, com uma parte atribuída ao governo estadual.
Em setembro de 2016 foi lançada novamente uma licitação para as empresas interessadas na construção, orçada em mais de R$ 68 milhões. Todavia, o prazo final estipulado pela Agesul para a entrega das propostas seria na última terça-feira (24), mas de acordo com nota encaminhada para a redação do Perfil News pela assessora de Imprensa do órgão, Raquel Pereira, a expiração foi prorrogada. “Com relação à impugnação do último edital, foi realizado por uma empresa que considerou desnecessárias exigências como comprovação na instalação do sistema de climatização e da tubulação de gás medicinais. A Agesul acatou e por isso remarcou o processo licitatório para o dia 24/11, que é o prazo legal”, menciona a nota.
A nota ainda informa que 22 empresas se interessaram pelo certame, até a última abertura, onde a avaliação do empreendimento está em R$ 68.457.415,63, e refere-se a apenas à parte civil, ou seja, à construção sem instalações.
A manifestação de mais empresas interessadas pode ser maior até novembro. Segundo a coordenadoria de licitações da Agesul, “para a próxima são esperadas mais empresas, no entanto ainda não se pode precisar quantas serão, pois as empresas têm até o dia 24/11 para irem até a Agesul retirar o edital”.
