19/11/2016 11h38
Em uma área de aproximadamente 400 m², o piso feito no formato de petit-pavé, quase centenário, estava sendo retirado, onde o valor histórico-cultural apresenta precedentes incalculáveis
Patrícia Miranda e Ricardo Ojeda
Na manhã deste sábado (19) integrantes do grupo, “Três Lagoas nos Trilhos do Futuro” conseguiram impedir a depredação do prédio da NOB onde funcionava a carpintaria.
Algumas pessoas estariam removendo os pisos de madeira tipo petit-pavé aplicados no local há quase 100 anos. Milhares de blocos de ipê ou peroba, com tamanhos de 10×10 cm estavam sendo retirados no momento em que os integrantes do grupo chegaram ao local e acionaram a imprensa e a polícias, civil e militar.
Um dos representantes do grupo, o engenheiro Dirceu Degutti, que estava na ação como cidadão, ao descobrir o que ocorria entrou em contato com o promotor de meio ambiente de Três Lagoas, Antonio Carlos Garcia de Oliveira porque as pessoas que estavam ali retirando os cubos, disseram aos integrantes, que a madeira era retirada com autorização do promotor.
Por sua vez, Antonio Carlos disse que não havia autorizado e nesse instante a polícia foi acionada. O comandante do 2º BPM, tenente coronel José Aparecido de Moraes esteve no local e constatou a situação e solicitou a presença de uma viatura da Polícia Militar.
Ao lado da carpintaria da NOB, mora um homem que realizava o trabalho da retirada do piso e ele assegurou que fazia o serviço, pois havia sido contratado por uma pessoa desconhecida. Diante dos fatos e de informações confusas, os policiais levaram-no para a delegacia para prestar depoimento e alguns integrantes do grupo “Três Lagoas nos Trilhos do Futuro” acompanharam o flagrante. Até o momento não há um responsável pela ação.
VALOR HISTÓRICO
De acordo com o historiador, Rodrigo Fernandes que acompanhava o grupo e conversou com a reportagem do Perfil News, o prejuízo histórico-cultural é incalculável pelo fato do prédio de quase 100 anos estar sendo dilapidado por pessoas inescrupulosas. “Esse galpão foi construído em 1918 para abrigar a carpintaria e serralheria da Noroeste Brasil (NOB) e esse piso é muito importante porque ele foi feito neste local e acredito que esta madeira seja peroba e também daqui mesmo. É um pavio cúbico, o que para a época não era normal, em razão de ser mais elaborado”, disse o historiador.
Para ele, é uma questão de valor histórico-cultural considerado único. “Nós estamos sendo depredados constantemente e os resultados são precedentes incalculáveis. Cotidianamente as pessoas vêm aqui e saqueiam o que podem, uma vez que está completamente abandonado. Essa estrutura e construções que temos são o coração da cidade, para compreendemos o que ela é, dependemos de todo esse entorno”, lastimou o historiador.
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