18/02/2017 10h49
Na sexta-feira (17), a Justiça negou a prisão dos suspeitos pela agressão. Jovem morreu depois de agressão com mangueira e ficar 11 dias internado.
Redação
Parentes e amigos do adolescente Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, que morreu depois de ser agredido com uma mangueira de compressão de ar e ficar 11 dias internado, fizeram um protesto na manhã deste sábado (18), na praça Ary Coelho em Campo Grande.
Com faixas e cartazes, os manifestantes cobram justiça e pedem que os envolvidos no caso sejam presos. “O Wesner era como se fosse meu filho. Ele vivia dentro da minha casa, comia, dormia, viajava com a gente e hoje não está mais entre nós. A gente sabe que tudo isso não vai trazer ele de volta, mas a gente vai ficar mais confortável vendo eles presos, dentro da cadeia” desabafa a tia Patricia Benites.
Prisão negada
O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri negou na tarde dessexta-feira (17) o pedido de prisão preventiva do dono do lava-jato Thiago Demarco Sena e do funcionário William Henrique Larrea, suspeitos de agredirem o adolescente Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, com uma mangueira de compressão de ar.
Segundo assessoria do fórum de Campo Grande, o juiz Carlos Alberto Garcete de almeida declarou conflito negativo de jurisdição, ou seja, que a competência para julgar não seria do Tribunal do Júri, mas da Vara Criminal.
“Entendo que a competência para apreciação do requerimento em tela é, a rigor do juízo da 7ª Vara Criminal Residual da Capital, a quem a representação foi primeiramente distribuída, haja vista que o Ministério Público entendeu, num primeiro momento, que se trata de crime de lesão corporal seguida de morte, e não de crime doloso contra a vida”, disse na decisão.
O pedido de prisão foi feito pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) na terça-feira (14) quando saiu o laudo confirmando a lesão corporal grave e no dia da morte do garoto.
Segundo o delegado, a mangueira de compressão de ar não foi introduzida no ânus, mas a força de ar o feriu de tal maneira que o adolescente perdeu parte do intestino grosso. Na época, os suspeitos disseram que tudo foi uma “brincadeira” e a polícia entendeu que não houve conotação sexual, por isso o caso foi registrado como lesão corporal.
O pedido havia sido feito à 7ª Vara Criminal, onde o magistrado Marcelo Ivo de Oliveira atua, mas, apesar do caso ser investigado como crime de lesão corporal de natureza grave, o juiz entende que a situação deve ser tratada como homicídio inicialmente tentado e agora consumado, em razão da morte da vítima.
Wesner morreu por causa de uma complicação no esôfago que causou hemorragia seguida de parada cardiorrespiratória. O adolescente chegou a apresentar melhora durante o tempo de internação e gravou um vídeo agradecendo as orações recebidas.
(*) G1/MS