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Filho de Odilon de Oliveira destaca desafios de ‘levar’ referências do pai

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26/04/2017 09h29

Odilon de Oliveira Júnior, que é advogado e vereador em Campo Grande, concedeu entrevista exclusiva ao Perfil News. ‘’Desde a infância, sempre fui comparado ao meu pai’’.

Lucas Gustavo

Odilon de Oliveira Júnior, filho do renomado e temido juiz federal Odilon de Oliveira, visitou redação do Perfil News na manhã de hoje (26). Na oportunidade, ele conversou com o diretor do site, Ricardo Ojeda, além de toda a equipe de repórteres. O entrevistado, que tem 32 anos, é advogado e exerce o cargo de vereador em Campo Grande, em seu primeiro mandato.

Odilon Júnior e o pai vieram a Três Lagoas para ministrar palestras no município. O tema abordado pelos dois envolve fortalecimento da família, combate às drogas e valorização da escola.

Durante a conversa, o vereador discorreu sobre o ‘peso’ de levar o nome e sobrenome do pai, mas deixou claro que trabalha permanentemente para criar sua própria identidade.

Confira, na íntegra, a entrevista concedida por Odilon de Oliveira Júnior:

Perfil News: Qual o objetivo de sua visita e palestras em Três Lagoas?

Odilon de Oliveira Júnior: Nós temos esse projeto de palestras há muito tempo e precisamos disseminar o conhecimento que Deus nos deu. Na verdade, Deus foi tão bom acolhendo meu pai nessa terra, como ele veio de Pernambuco, que temos o dever de contribuir de alguma forma e cooperar para o melhoramento da sociedade.

Perfil News: O histórico de seu pai dispensa comentários e percebemos que você segue o mesmo caminho dele, mas em uma vertente política. Você imagina a tamanha responsabilidade que lhe depositam por ser filho de quem é?

Odilon de Oliveira Júnior: Ojeda, desde a minha infância eu sempre fui comparado a ele. Na escola e, principalmente na faculdade, as comparações eram inevitáveis. Se eu tirasse uma nota baixa, os professores diriam: ‘’O Odilon pai não tiraria uma nota baixa’’. Graças a Deus, eu aprendi a conviver com isso, pois a expectativa é grande. O povo espera que eu faça alguma coisa. Seja no meio jurídico, como escolhi ser advogado, ou no político como vereador.

Perfil News: Por ter um histórico familiar bom, você conquistou uma boa representatividade em votos?

Odilon de Oliveira Júnior: Sim, e isso me surpreendeu. Eu tenho certeza que 70 a 80 por cento dos meus votos ganhei em razão do nome do meu pai. A população me deu uma procuração e uma fé pública especial para representá-la. Agora, eu tenho a oportunidade de mostrar um trabalho com permanência, pois só o nome não vai garantir a satisfação e compreensão do público por muito tempo.

Perfil News: Seu pai construiu um nome forte com décadas de trabalho, mas, principalmente, pela educação recebida seus avós. Isso significa que não importa a questão financeira na vida, pois a educação é a maior riqueza que um homem pode ter. Em suas palestras vocês deixam claro essa mensagem, principalmente aos jovens?

Odilon de Oliveira Júnior: Nós procuramos transmitir justamente essa mensagem que a educação da juventude é que vai melhorar as próximas gerações; esse é o recado central. Costumamos dizer que, a cada momento que o jovem estuda, ele está pagando antecipado o bom futuro dele. É a lei da semeadura, que é uma questão até Bíblica, você colhe aquilo que você planta. Eu nunca vi nada cair do céu nessa terra pra ninguém.

Perfil News: Sabemos que seu pai tem uma ‘queda’ para a carreira política. Atualmente Três Lagoas está órfã de representatividade política. Sua vinda ao município está ligada a algum planejamento político para o futuro?

Odilon de Oliveira Júnior: Olha, o futuro é sempre incerto e pertence a Deus, mas precisamos andar não só por Campo Grande, mas sim por todo o Estado. Eu sinto que temos um potencial pra cooperar realmente com Mato Grosso do Sul inteiro. Só assim vamos conhecer as reais necessidades da população. E não adianta querermos fazer uma política distante da terra. O político precisa estar em contato com o povo, seja lá onde ele estiver. Primeiro para desmitificar essa questão de que o político está em uma classe melhor que as outras. Temos que abraçar e sentir a dor do povo. Assim como em várias cidades, Três Lagoas e Campo Grande está passando por dificuldade pelas péssimas escolhas que os governantes estão fazendo.

Perfil News: Atualmente, o País passa por uma grande faxina ética, seja na questão empresarial ou política. Diante desse quadro, qual a mensagem que você deixa aos leitores?

Odilon de Oliveira Júnior: Eu me candidatei justamente porque eu estava com nojo da situação. A gente ligava a TV era só notícias ruins; Lava Jato e outros escândalos. Mas a política é sim uma coisa boa. É um instrumento necessário para mudarmos a realidade, mas, infelizmente, fizemos essa procuração para pessoas erradas. Então se a pessoa não anda de acordo com o interesse da comunidade, ela precisa ser riscada fora. E esse espaço que ela perde deve ser ocupado por alguém desinteressado em ganho próprio.

O político precisa estar próximo da população, pois muita gente ainda não sabe qual é o papel do vereador. Hoje em dia, lá em Campo Grande, eu recebo em meu gabinete inúmeras pessoas pedindo coisas individuais. Elas estão desamparadas realmente e procuram ajuda nas primeiras referencias que enxergam. Querendo ou não, a figura do político no Brasil ainda é muito marcante. Então os moradores vão buscar no político a figura paterna, muitas vezes.

Perfil News: Mas o papel do político não seria gerar oportunidades de emprego e renda para essas pessoas?

Odilon de Oliveira Júnior: Com certeza. Por conta disso que frisei que as pessoas vão em busca de questões individuais, mas agimos em prol do coletivo. Quando o resultado chegar, chegará para todos.

Precisamos nos preocupar com questões que ninguém está se preocupando, como a carcerária, que não serve para recuperar as pessoas e, quando se recupera, elas não conseguem ser reinseridas no mercado de trabalho e acabam voltando à delinquência.

Precisamos de políticas públicas que, efetivamente, chegue até a população. Hoje se conseguirmos um recurso em Brasília e, infelizmente, ele não chega cem por cento ao local do destino e, posteriormente, a política pública não se desenvolve.

A sociedade está órfã não só de político, mas de referência de pessoas, e ainda existem pessoas boas. O meu pai é reconhecido pelo caráter, mas eu enxergo em cada uma das pessoas que o olham o mesmo potencial dele. Essas pessoas devem se unir em uma corrente do bem para passarmos esse Brasil a limpo.
Precisamos andar não só por Campo Grande, mas sim por todo o Estado. Eu sinto que temos um potencial pra cooperar realmente com Mato Grosso do Sul inteiro

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