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Delações da Odebrecht citam irregularidades em grandes obras do DF e de pelo menos 11 estados

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24/06/2017 11h21

Em depoimentos, ex-diretores da empreiteira falam de pagamentos de propina, fraudes em licitação, formação de cartel e superfaturamento.

Da redação

Os delatores da Odebrecht contaram ao Ministério Público Federal detalhes de um esquema que movimentou bilhões em propinas em grandes obras pelo país. Os depoimentos foram divulgados em abril. Segundo levantamento , as irregularidades atingem projetos importantes no Distrito Federal e em pelo menos outros 11 estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.

Ex-executivos da empreiteira revelaram pagamentos de propina a políticos e funcionários públicos, formação de cartéis para conseguir obras, fraudes em licitações, como a combinação de preços, e superfaturamento. Um dos instrumentos mais usados para elevar o valor das obras era a criação de aditivos no contrato, que faziam seu valor original multiplicar.

Mesmo tendo consumido muito dinheiro dos cofres públicos, algumas obras ainda estão inacabadas. É o caso da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, e a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
Em nota, a Odebrecht informou ser de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos. “A empresa colaborou com a Justiça, reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”, diz nota da empresa.

Veja a seguir a situação dos principais casos levantados nas delações:

Amazonas

A Arena da Amazônia, em Manaus, é uma das obras que foram superfaturadas, segundo delatores da Odebrecht. Inicialmente, o estádio estava orçado em R$ 499 milhões e foi concluído por R$ 669,5 milhões – valor 34% maior. Delatores também disseram que, na licitação para a cobertura do estádio, a concorrência foi frustrada por causa de um acordo entre a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, a empresa responsável pela obra.

Um ex-diretor da Odebrecht admitiu, em delação premiada, irregularidades na licitação para obras na orla da Barra, em Salvador. No entanto, os documentos que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) não detalham os crimes. A revitalização da orla custou aos cofres da prefeitura R$ 62 milhões – R$ 4,4 milhões a mais do que o previsto inicialmente. Isso aconteceu porque a Odebrecht fez aditivos ao contrato, cobrando, por exemplo, por implantação de redes coletoras de esgoto e apoio ao assentamento de redes de gás natural.

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