29/08/2017 12h27
Segundo os denunciantes, o mau cheiro teria começado por volta das 5h30. Alguns deles, ainda relataram, nas redes sociais, que teriam sentido irritação nos olhos e dores de cabeça.
Ricardo Ojeda e Flávio Veras
Na manhã desta terça-feira (29) a reportagem do Perfil News recebeu diversas denúncias de que um odor forte estaria incomodando moradores de vários bairros de Três Lagoas. Segundo os denunciantes, o mau cheiro teve início por volta das 5h30. Alguns deles relataram, por meio de suas redes sociais, que chegaram a sentir irritação nos olhos e dores de cabeça.
Quando a reportagem chegou por volta das 7h30 ao Jardim Cangalha, local onde também houve relatos, o
mau cheiro já havia se dispersado. Umas das denunciantes é a coordenadora administrativa Magda Aparecida Dourado. Conforme seu relato, a maior preocupação deles é que caso acontecesse de muitas pessoas passarem mal, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por exemplo, não teria estrutura para atender os pacientes.
“Nós sabemos que devido à falta de chuva, muitos três-lagoenses estão tendo problemas respiratórios e, consequentemente, lotando a UPA. Além disso, é algo que nos incomodou muito, pois o odor estava muito forte nos obrigando a sair de nossas casas para tentar respirar, pois estava insuportável”, reclamou.
PREOCUPAÇÃO
Já outra moradora, a enfermeira Sidnei da Silva Bernardes, falou que o mau cheiro foi sentido por ela e o filho. Além disso, a sua maior preocupação é que “nunca se sabe se o que estamos respirando seria ou não provocado por algo tóxico. Moro há quatro anos no bairro e nunca tinha presenciado um fato como esse. Porém, nos últimos dias esse fedor se intensificou e hoje chegou ao ápice e conforme o sol ficava mais forte o cheiro aumentava”, relatou.
A reportagem entrou em contato com as duas indústrias de papel celulose instaladas na cidade, a Eldorado Brasil e a Fibria. Por meio de uma nota, a Eldorado Brasil informou que “a fábrica está operando de forma estável e que foram realizadas rotas de inspeção industrial e modelagem atmosférica e a fábrica está em condições normais de operação”.
RESPOSTA
Por meio de sua assessoria de imprensa, A Fibria emitiu uma nota em que “reafirma seu compromisso de transparência com a comunidade e informa que, na madrugada de hoje, ocorreu a fuga de gases durante a fase de testes (comissionamento) realizados na segunda linha de produção da empresa. Esses gases não provocam nenhum dano à saúde, mas têm um odor característico e geram desconforto. Por conta das condições climáticas no horário, o odor foi percebido em alguns bairros da cidade. A empresa informa que já identificou e sanou o processo gerador do odor”.
ORIENTAÇÃO
A reportagem orienta que em casos como esse a população deve ligar no número 0800 das empresas e fazer a reclamação. Existe uma parceria entre elas com o nome de “Rede de Verificação de Odor”, que ao relatado de algum tipo de denúncia, elas se interagem a fim de solucionar o problema. Outro fator que deve ser ressaltado é que, além das indústrias de celulose, essa reclamação também deve ser feita as outras companhias que atuam na região e podem emitir odores, como: A Cargil, Curtume ou a MK Química.
OCORRÊNCIA PARECIDA
Um fato de maior proporção aconteceu eme 29 de setembro de 2009, onde escolas tiveram que dispensar alunos com os mesmos sintomas como os de agora. Naquela ocasião, conforme nota da Fibria ocorreu um derramamento de um tanque contendo água e compostos químicos e orgânicos, incluindo enxofre.
O incidente foi registrado na área de evaporação. Naquela época, a situação foi de maiores proporções devido às condições climáticas no horário do incidente (fortes ventos).
Já em 2013, outra ocorrência parecida foi registrada, porém as empresas não identificaram nenhum tipo de problema na ocasião.
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