18.8 C
Três Lagoas
sábado, 21 de junho de 2025

Araceli e Ana Lídia: conhecer a história para não esquecer

18/05/2018 10h02

Conheça as histórias das crianças que foram torturadas, estupradas, assassinadas e cujos assassinos nunca pagaram por seus crimes porque tinham dinheiro e influência

Gisele Berto

Você sabe por que o dia 18 de maio foi instituído como Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes?

Porque foi exatamente nesta data que, em 1973, Araceli Cabrera Crespo, que tinha oito anos na época, desapareceu da escola onde estudava para nunca mais ser vista com vida.

A menina capixaba foi espancada, torturada, estuprada, drogada e morta numa orgia de drogas e sexo. Seu rosto e seu corpo foram desfigurados com ácido. Em todo o seu corpo havia marcas de mordidas. Os seios foram arrancados a dentadas. Seis dias depois, o corpo foi encontrado num terreno baldio, próximo ao centro da cidade de Vitória, Espírito Santo.

O jornalista José Louzeiro escreveu um livro-reportagem sobre o caso. “Araceli, Meu Amor” foi proibido pela censura vigente na época porque, ao esmiuçar o crime, Louzeiro chegou à conclusão que os culpados eram membros da alta sociedade da cidade. Diante dos fatos apresentados pela denúncia do promotor Wolmar Bermudes, a Justiça chegou aos três principais suspeitos: Dante de Barros Michelini (o Dantinho), Dante de Brito Michelini (pai de Dantinho) e Paulo Constanteen Helal – todos membros de tradicionais e influentes famílias do Espírito Santo. Os acusados foram julgados e absolvidos e o processo foi arquivado pela Justiça.

Quatro meses depois da morte de Araceli, outro crime brutal aconteceu em Brasília: o assassinato da menina Ana Lídia, de sete anos de idade. Em tudo semelhante ao brutal homicídio de Vitória, a morte no Planalto Central teria sido cometida por outra gangue de filhos da elite política brasileira. A garota brasiliense de sete anos foi estuprada e dilacerada numa orgia de drogas pesadas.

Assim como Araceli, Ana Lídia foi vítima de “criminosos anônimos” que todos sabiam ser filhos de poderosos, que nunca chegaram ao banco dos réus.

Araceli (à esquerda) e Ana Lídia. Barbárie impune 45 anos depois.

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.