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segunda-feira, 20 de maio de 2024

GAECO ouve testemunhas da Operação Turn Off na manhã desta quinta-feira

A manhã desta quinta-feira (30) foi de movimento intenso na sede do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), em Campo Grande.

O período foi marcado pela oitiva de testemunhas da Operação Turn Off, que investiga uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações e contratos públicos no Mato Grosso do Sul.

Entre os depoentes, estavam uma funcionária da APAE e dois homens, que seriam donos de empresas. Um deles aparentava estar bastante nervoso e escondeu o rosto a todo momento.

O advogado Alexandre Franzoloso, que defende a servidora Simone de Oliveira Ramires Castro, pregoeira da Secretaria de Estado de Administração, foi um dos poucos a falar com a imprensa.

Ele informou que o depoimento da cliente dele, que está detida desde ontem, deve acontecer somente amanhã, assim como outro detido, Thiago Mishima. Com isso, eles devem passar mais uma noite na prisão.

Franzoloso contou que conversou com a cliente ontem e ela disse que está chateada e ansiosa para saber o teor da investigação. Ele ponderou que a cliente é funcionária pública há 30 anos, sem antecedentes, o que não justificaria a prisão.

No total, serão ouvidas 20 pessoas, incluindo oito detidos ontem, que passaram a noite na prisão. Os homens passaram a noite no Centro de Triagem “Anizio Lima”. Já as mulheres no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”.

Foram detidos ontem o adjunto da Secretaria de Educação, Édio Castro; Simone de Oliveira Ramirez Castro; Thiago Mishima, Andrea Cristina Souza Lima; Victor Leite de Andrade; Paulo Henrique Muleta Andrade, Sergio Duarte Coutinho Junior e Lucas Coutinho.

O adjunto da Casa Civil e ex-secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Flávio Brito, também será ouvido. A oitiva está marcada para a tarde desta quinta-feira.

A investigação, conduzida pelo GECOC, constatou a existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações/contratos públicos e lavagem de dinheiro.

“Em resumo, a organização criminosa atua fraudando licitações públicas que possuem como objeto a aquisição de bens e serviços em geral, destacando-se a aquisição de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS), a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS), a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, dentre outros, havendo, nesse contexto, o pagamento de vantagens financeiras indevidas (propina) a vários agentes públicos”, divulgou o MPE.

Segundo Ministério Público, os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam 68 milhões de reais.

Durante os trabalhos, o GECOC valeu-se de provas obtidas na Operação Parasita, deflagrada no dia 7/12/2022, que reforçaram a maneira de agir da organização criminosa.

A operação contou com o apoio operacional do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

O nome “Turn Off”, traduz-se da língua inglesa como ‘desligar’. Ele foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.

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