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domingo, 5 de maio de 2024

Em 2023, a insegurança alimentar afetou 27,6% dos lares no Brasil, diz IBGE

Em 2023, a insegurança alimentar afetava 27,6% dos lares no Brasil, onde aproximadamente 64 milhões de brasileiros não tinham acesso adequado aos alimentos para suprir suas necessidades básicas. Em 4,1% desses domicílios, cerca de 8,6 milhões de pessoas, incluindo crianças, enfrentavam uma privação alimentar grave, vivenciando a ameaça real da fome.

Conforme divulgado pelo site O Globo, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do IBGE, divulgados nesta quinta-feira (25), revelam que, embora o percentual de lares sob insegurança alimentar seja menor do que em 2017 e 2018 (36,7%), durante a recessão, ainda é mais alto do que uma década atrás (22,6%).

O acesso inadequado à comida também era uma realidade para 5,3% dos lares, abrigando 11,9 milhões de brasileiros, que enfrentavam insegurança alimentar moderada em 2023. Apesar de uma diminuição em relação a 2017-2018 (8,1%), ainda estava acima dos níveis de 2013 (4,6%).

A situação era ainda mais crítica para os 8,6 milhões de brasileiros que viviam em lares (4,1%) com insegurança alimentar grave, enfrentando uma redução tanto na quantidade quanto na qualidade dos alimentos disponíveis para todos os moradores, incluindo as crianças. Essas famílias podem ter experimentado episódios de fome, como passar um dia inteiro sem comida, dentro de um período de três meses de pesquisa.

As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores percentuais de lares com insegurança alimentar grave ou moderada, registrando 7,7% e 6,2%, respectivamente. Enquanto isso, no Centro-Oeste e Sudeste, os percentuais foram de 3,6% e 2,9%, respectivamente. Por outro lado, apenas 2% dos lares na região Sul enfrentavam insegurança alimentar moderada ou grave no ano passado.

A pesquisa foi baseada na metodologia da Pnad de 2004, 2009 e 2013 e na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017-2018, classificando os domicílios de acordo com os graus de insegurança alimentar estabelecidos pela Escala de Insegurança Alimentar brasileira.

A expansão de programas sociais, incluindo o Bolsa Família, pode ter contribuído para a redução da insegurança alimentar no país em 2023, em comparação com os níveis de 2017 e 2018, conforme explicou André Martins, analista do IBGE. A recuperação da renda e do emprego também pode ter influenciado positivamente na segurança alimentar.

Apesar da queda nos preços dos alimentos em 2023, oferecendo algum alívio às famílias naquele ano, os produtos alimentícios ainda estavam mais caros do que em 2018.

Leonardo Santos, técnico do IBGE, enfatizou que os resultados são uma combinação de vários fatores, incluindo a renda disponível e os preços dos alimentos ao longo do período de 2018 até agora. Os programas de merenda escolar historicamente desempenham um papel crucial na redução da insegurança alimentar nas famílias com crianças.

A insegurança alimentar nas áreas urbanas (8,9%) foi menor do que nas áreas rurais (12,7%) em 2023, representando o menor percentual registrado na área rural desde 2004. Naquele ano, aproximadamente 23,5% dos lares nas áreas rurais enfrentavam insegurança alimentar, em comparação com 15,7% na área urbana.

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