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sábado, 15 de junho de 2024

JBS aporta R$ 10,2 milhões em CRA para financiar pecuária regenerativa na Amazônia

Companhia adquire cota de maior risco da operação, estruturada pela Vox Capital com apoio da Rio Capim Agrossilvopastoril. Programa do Fundo JBS pela Amazônia prevê atender 3,5 mil pequenos produtores

A JBS anunciou nesta terça-feira (21) o aporte de R$ 10,2 milhões em um novo CRA lastreado no programa “JUNTOS: Pessoas+Floresta+Amazônia”. O CRA, emitido pela empresa focada em nature-based Rio Capim Agrossilvopastoril, será estruturado pela Vox Capital e prevê uma emissão total de R$ 100 milhões, sendo a primeira nesta semana, de R$ 50 milhões, e a segunda, em 2025, no mesmo valor. A expectativa do programa JUNTOS, lançado ano passado pelo Fundo JBS pela Amazônia, é que sejam alavancados mais de R$ 900 milhões via blended finance ao longo desse período, com melhoria do perfil de risco e retorno da operação e aumento da atratividade do setor privado. A cota assumida pela JBS é a parcela de capital com menor prioridade de retorno – conhecida em inglês como first-loss capital.

Em 2023 a JBS destinou R$ 10 milhões ao programa, via Fundo JBS pela Amazônia, para viabilizar a estruturação do JUNTOS. “Esse projeto é absolutamente disruptivo e tem um poder transformacional para a pecuária brasileira. Colocar o foco em produtividade para aumentar a sustentabilidade é o que vai garantir o engajamento nesse processo de transformação”, avalia Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS. “Por que o produtor rural não investe em genética e manejo do solo? Porque não tem capital nem assistência técnica. É aí que entra o programa Juntos. Acreditamos tanto neste modelo de desenvolvimento socioambiental que vamos entrar com a cota de maior risco para provar que ser sustentável é mais lucrativo”, completa.

Os valores serão aplicados no atendimento de 3.500 pequenos criadores de gado atuantes na área da Amazônia Legal, oferecendo consultoria sobre o uso da terra, aumentando a rentabilidade e freando o desmatamento ilegal do bioma. “Estamos viabilizando a operação para gerar impacto positivo por meio de negócios que sejam inclusivos e ambientalmente sustentáveis para a Amazônia, e, ao mesmo tempo, que tenham retorno financeiro. Queremos que a Faria Lima veja retorno ao investir no pequeno produtor com toda a segurança necessária, dentro de um novo padrão de modelo de negócio”, afirma Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia.

O CRA conta com um diferencial considerado raro no mercado financeiro: a existência de um comitê de risco e impacto. A frente será formada pela Vox, a Rio Capim e um integrante independente com a função de acompanhar as questões operacionais viabilizadas pelo programa “JUNTOS”. O comitê vai verificar o resultado das mitigações alcançadas e informá-las aos investidores interessados.

“Investidores e o pequeno produtor atuante na Amazônia Legal carecem de iniciativas com viabilidade técnica e financeira que apoiem a pecuária regenerativa de forma integrada. O programa JUNTOS, agora por meio do CRA com um comitê de prestação de contas, atenderão às demandas das duas pontas”, explica Valmir Ortega, CEO da Rio Capim.

A abordagem do CRA é via blended finance, com recursos oriundos de fundos concessionados e privados e centrados no projeto “JUNTOS” de agricultura regenerativa. A estimativa do Fundo JBS é investir até R$ 100 milhões nos próximos dez anos, alavancando mais de R$ 900 milhões entre recursos de Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), comerciais e doações – além de diversos tipos de instrumentos financeiros, como fundos de aval e fundos blended finance, por exemplo, que possam gerar segurança financeira e ajudar a aumentar a escala nessa fase inicial do programa.

“O blended finance permite tanto para o emissor, como para o tomador do crédito, uma taxa muito competitiva. A partir dessa base, o emissor consegue alavancar seu próprio negócio, honrar com seu compromisso, e ao mesmo tempo, criar uma estrutura que o leve a oferecer uma taxa mais atrativa para o mercado. É uma operação ganha-ganha”, esclarece Daniel Brandão, diretor de nature-based solutions na Vox Capital.

A empresa Rio Capim foi a primeira empresa apoiada com seed money pelo programa “JUNTOS: Pessoas+Floresta+Amazônia”. O projeto está em fase inicial. A Rio Capim tem como meta atender 150 famílias do Pará ainda neste ano, e 250, a partir de 2025. Em dez anos a meta é chegar a 3,5 mil famílias assistidas. A ideia em conjunto com o Fundo JBS pela Amazônia é implantar hubs de negócios que deem suporte ao pequeno produtor em todas as etapas necessárias para uma pecuária de baixo carbono na Amazônia Legal, com apoio ainda à implantação da rastreabilidade animal desde o início da vida do gado. O projeto também incentiva a normalização socioambiental da propriedade, quando necessário.

Sobre a JBS

A JBS é uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Com uma plataforma diversificada por tipos de produtos (aves, suínos, bovinos e ovinos, além de plant-based), a Companhia conta com mais de 270 mil colaboradores, em unidades de produção e escritórios em todos os continentes, em países como Brasil, EUA, Canadá, Reino Unido, Austrália, China, entre outros. No Brasil, a JBS é uma das maiores empregadoras do país, com 152 mil colaboradores. No mundo todo, a JBS oferece um amplo portfólio de marcas reconhecidas pela excelência e inovação: Friboi, Seara, Swift, Pilgrim’s Pride, Moy Park, Primo, Just Bare, entre muitas outras, que chegam todos os dias às mesas de consumidores em 190 países. A empresa investe em negócios correlacionados, como couros, biodiesel, colágeno, higiene pessoal e limpeza, envoltórios naturais, soluções em gestão de resíduos sólidos, reciclagem e transportes, com foco na economia circular. A JBS conduz suas operações priorizando a alta qualidade e a segurança dos alimentos e adota as melhores práticas de sustentabilidade e bem-estar animal em toda sua cadeia de valor, com o propósito de alimentar pessoas ao redor do mundo de maneira cada vez mais sustentável.

Sobre o Fundo JBS pela Amazônia

O Fundo JBS pela Amazônia é uma organização sem fins lucrativos criada em 2020 para recuperar áreas degradadas e apoiar modelos inclusivos e rentáveis que gerem valor para a floresta em pé. Para alcançar esses resultados, o Fundo trabalha dentro de três grandes eixos de atuação: Cadeias Produtivas em Áreas Abertas, Bioeconomia e Ciência e Tecnologia. Juntos eles alavancam e potencializam a produtividade em áreas degradadas e fortalecem o ecossistema de negócios gerados em torno da floresta em pé. O eixo Ciência e Tecnologia é transversal, e apoia soluções disruptivas e estruturantes capazes de agregar valor aos produtos das florestas e desenvolver conectividade, mobilidade e energia renováveis.

Até abril de 2023, o Fundo JBS pela Amazônia apoiou 20 projetos com investimentos de R$ 72,9 milhões comprometidos. Juntas, essas iniciativas beneficiaram mais de 6,5 mil famílias; conservaram 8,3 milhões de hectares sob manejo melhorado/recuperado; apoiaram o desenvolvimento de 19 pesquisas, fortaleceram 11 cadeias produtivas e destravaram R$ 3,2 milhões em crédito para negócios da bioeconomia.

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