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terça-feira, 1 de julho de 2025

Assaltos e assédios deixam alunos em pânico na Capital

04/10/2005 11h10 – Atualizado em 04/10/2005 11h10

Dourados News

A saída de acadêmicos da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal) (unidade da rua Ceará), em Campo Grande, no período noturno, até a Avenida Afonso Pena para pontos de ônibus ali existentes, tem sido um verdadeiro pesadelo principalmente para as mulheres, maiores vítimas de assaltos, assédios e até de tentativa de estupro. No trajeto existem pelo menos dois pontos críticos onde o mato e a escuridão fornecem a guarida necessária para marginais ficarem à espreita de uma vítima desacompanhada, que sai antes ou depois do movimento de “rush” dos acadêmicos (horário de encerramento das aulas, às 22h30min). Um deles é em plena esquina da Afonso Pena com a Ceará onde existe uma grande área desocupada, com muito mato e o que é pior: sem muro. Muitas acadêmicas foram assaltadas nessas imediações. O outro ponto crítico é na Rua 15 de Novembro a partir da Ceará, onde o movimento de pessoas é raro mesmo durante o trajeto de ida para a universidade (antes das 19 horas). A acadêmica de direito Lucimar Cardoso conta que na semana passada teve que ser uma verdadeira “artista” e “atleta” para fugir de um possível assalto e um seqüestro ocorridos seqüencialmente. O primeiro deles foi na Avenida Ceará. O indivíduo veio em sua direção com movimentos suspeitos (colocando a mão por dentro da camisa) o que lhe pareceu tentar pegar uma arma. Ela então, de subido, gritou como se chamasse um colega que estaria bem à frente. Aproveitou a surpresa e distração da pessoa e correu. Mais adiante, na Rua 15 de Novembro, foi abordada por dois homens num veículo que tentaram seqüestra-la. Desta vez ela conta que se valeu da boa forma e correu até a Avenida Afonso Pena até a um ponto de ônibus existente em frente a uma lanchonete onde havia várias pessoas. O acadêmico de Meio Ambiente, Santos Martinez já foi assaltado em frente à Uniderp por dois homens numa moto. Os bandidos levaram seu celular. Ele conta que os assaltos têm sido comum na área. Os bandidos aproveitam da total falta de segurança para agirem livremente junto à comunidade acadêmica. Ele sugere que a polícia faça mais rondas no local e que a iluminação seja reforçada em alguns pontos como na esquina da Ceará com a Afonso Pena onde existe um matagal. “Por que a prefeitura não exige muro naquele local?”, questiona. A acadêmica de letras Patrícia de Almeida faz a mesma pergunta. Ela passa todos as noites pelo local e confessa que só o faz acompanhada de pelo menos uma amiga. Ela sabe de vários casos de perseguição a acadêmicas e assaltos ocorridos até mesmo nos pontos de ônibus, já que algumas pessoas ficam até 40 minutos à espera desses veículos que ficam mais escassos depois das 22 horas.Mônica Rosa Batista, acadêmica de Letras da Universidade também reclama da falta de segurança na saída dos acadêmicos. “Se a polícia fizesse algumas rondas antes das 22h35, certamente ela encontraria indivíduos suspeitos nas imediações. Muitos deles, certamente, até armados”. Ela reclama também que seu ônibus, o Santa Carmélia, passa somente às 23 horas. O excessivo tempo no local, segundo ela, é um risco. “As empresas deveriam colocar mais coletivos depois das 22 horas para atender não só as pessoas que estudam, mas que também trabalham ou que saem para se divertir, passear”, afirma. Márcia Aparecida dos Santos, acadêmica de Letras da Uniderp, também sugere que a prefeitura ilumine melhor a esquina da Afonso Pena com a Ceará onde a luz é fraca. Ela pede que aquela iluminação, amarelada, seja substituída pela branca, que dá uma cobertura melhor para o local. Da mesma forma na Rua 15 de Novembro, por pelo menos três quarteirões depois da Ceará, por onde é comum a transito de acadêmicos, a pé. A acadêmica Suellen Dayana de Oliveira também reforça o pedido de melhor iluminação, policiamento e muro para o terreno que tem mais de 200 metros de matagal defronte à calçada da Ceará e da Afonso Pena. “É preciso construir muro imediatamente naquele local. Antes porém, uma boa limpeza já ajuda bastante”, afirma ela. A superlotação de ônibus de algumas linhas é outra reclamação de acadêmicos da UNIDERP. Eles dizem que na saída alguns ônibus ficam completamente lotados de alunos e trabalhadores e pessoas que vão a passeio no Shopping Campo Grande. A linha “Julio de Castilho/Shopping” é exemplo lamentável desse problema. Depois das 10h20 ele passa somente 30 minutos depois. Acadêmicos e comerciários do shopping pedem uma linha às 22h40 para evitar a superlotação. Outras linhas também saem lotadas do shopping.

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