Após 02 anos morando no velho continente, Júlia Baraúna retornou à cidade, mas para passar a férias e matar a saudades da familia. Porém tudo que é bom dura pouco, as férias chegaram ao fim e ela retorna essa semana à Portugal
Com apenas 22 anos, Julia Baraúna decidiu ousar: deixou para trás a vida em Três Lagoas para buscar, sozinha, um recomeço do outro lado do Atlântico. O que muitos chamariam de loucura, ela chamou de coragem. Dois anos depois de morar em Portugal, a jovem volta à cidade natal para rever a família e os amigos — trazendo consigo não apenas saudades, mas também um relato de luta, resiliência e conquista.
UM SALTO NO ESCURO
A decisão surgiu em meio a um período conturbado.
“Eu me sentia perdida, sufocada, e precisava reescrever minha história. Foi quando pensei: por que não eu? Peguei minhas coisas e fui. Sozinha, sem família, sem ninguém para me amparar. Só com a coragem e uma mala cheia de esperança”, relembra.
Chegar à Europa, porém, não trouxe apenas encantos. Sem documentos regulares, Julia precisou enfrentar trabalhos que jamais imaginou fazer. “Foi difícil, humilhante às vezes, mas eu sabia que era só o começo. Seguia em frente porque acreditava no futuro que estava construindo”, conta.
A DOR QUE NÃO DÁ TRÉGUA
Entre todos os obstáculos, a saudade foi o mais cruel.
“No Brasil, quando algo doía, eu tinha minha mãe, meus amigos. Em Portugal precisei ser minha própria fortaleza. Isso dói até hoje, mas faz parte do preço que pago pelo sonho de viver fora. Alguns sonhos custam caro, e esse é um deles”, desabafa.
UMA VIDA TRANSFORMADA
O esforço, no entanto, trouxe recompensas. Qualidade de vida, segurança, oportunidades e a chance de conhecer novos países.
“Hoje vivo uma realidade que jamais teria no Brasil. Se tivesse que escolher outra vez, faria tudo de novo. Valeu cada lágrima, cada obstáculo. Porque agora me sinto viva e dona da minha história”, afirma com brilho nos olhos.
LIÇÕES DE CORAGEM
Julia também deixa um conselho para quem sonha seguir o mesmo caminho:
“Prepare-se financeiramente, emocionalmente e mentalmente. Morar fora não é conto de fadas. É uma montanha-russa, mas que transforma. Se você tiver coragem de sair da zona de conforto e lutar, pode valer muito a pena”.
