11/07/2006 09h45 – Atualizado em 11/07/2006 09h45
Dourados Informa
Para uma platéia de mais de 700 pessoas a filósofa e professora da USP Marilena Chauí fez, na abertura do 32º Congresso Nacional dos Jornalistas, em Ouro Preto, no dia 5 de julho, uma análise contundente do comportamento dos meios de comunicação no Brasil, que, segundo ela, exercem o poder de desinformar a população. “Baseado em buscas aleatórias, o jornalismo se tornou hoje um dos principais protagonistas da destruição da opinião pública”, disparou Marilena Chauí, na Conferência “Mídia e Poder”, que abriu oficialmente as atividades do 32º Congresso Nacional dos Jornalistas, no dia 5 de julho. Para ela, os meios de comunicação cumprem uma função de reprodução e valorização da ideologia capitalista. Marilena Chauí observa que, com a onda de neoliberalismo instalada no mundo, está ocorrendo o encolhimento do espaço público e o alargamento do espaço privado, “onde pouco mais de uma dezena de conglomerados detêm o poder da comunicação”. Ela cita que há uma verdadeira “saturação de informações” que, assim, contribui para desinformar a população à medida que inibem a reflexão crítica. “As reflexões sobre as referências políticas, sociais e históricas, com suas causas e conseqüências, não são exercidas. Em lugar de opinião pública, os veículos de comunicação produzem manifestação do sentimento de massa, já que todos os assuntos são uma questão de gosto, de preferência e não de pensamento, de julgamento”, sentenciou. A organização do Congresso disponibilizará todo o conteúdo da conferência de Marilena Chauí pela Internet e através de uma publicação especial.