Apesar da celebração, mamães também estão na dúvida sobre aplicação de imunizante nos pequenos
Por Nathalia Pelzl, com informações
Chegou a tão sonhada liberação da vacina contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.
A informação da aprovação foi divulgada nesta quinta-feira (16), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O imunizante que será usado neste público é o produzido pelo consórcio Pfizer-BioNTech, a Comirnaty.
A aprovação foi anunciada após avaliação técnica da agência, sobre o pedido apresentado em novembro, indicando o uso da vacina para este público.
A resolução com a autorização da Anvisa será publicada ainda hoje (16) no Diário Oficial da União, em edição especial, segundo gerente geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.Gustavo Mendes.
“Com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, a vacina Pfizer-BioNTech, quando administrada no esquema de duas doses em crianças de 5 a 11 anos de idade, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves, potencialmente fatais ou condições que podem ser causadas pelo SARS-CoV-2”, disse Mendes.
O gerente lembrou que as análises contaram com a participação de diversos especialistas tanto da Anvisa como de outras entidades.
“Verificamos segurança e tolerabilidade, em uma primeira fase. Nela foram aplicadas doses diferentes. Com base no resultado, chegamos à conclusão de que deveriam ser aplicadas 10 microgramas, quantidade inferior à aplicada em adultos”, disse.
Ele acrescentou que, na comparação entre crianças de 5 a 11 com pessoas de 16 a 25 anos [considerando as doses correspondentes a cada grupo], foi identificada a presença de anticorpos nas crianças.
“Observamos desempenho satisfatório da vacina também contra a variante Delta”, ressaltou. “E não há relato de nenhum evento adverso sério, de preocupação ou relato relacionado a casos muito graves ou mortalidade por conta da vacinação. Esse perfil de segurança é muito importante”, completou.
De acordo com a gerente geral de Monitoramento, Suzie Marie Gomes, as doses de vacinas para crianças é de um terço em relação à dose e à formulação aprovada anteriormente. Além disso a formulação pediátrica é diferente. Ou seja, não se pode fazer diluição da dose de adulto para a dose de criança.
Suzie Marie acrescenta que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose devem manter a dose pediátrica. A vacina da Pfizer-BioNTech já havia sido autorizada para aplicação em adolescentes com idade a partir de 12 anos.
Segundo a Anvisa, a dose da vacina para crianças será diferente daquela utilizada para pessoas a partir de 12 anos. Os frascos também terão cores distintas para evitar erros na aplicação.
MÃES E PARENTES CELEBRAM
A professora campo-grandense, Lauriane da Silva Rodrigues, 30 anos, falou que se tivesse liberado hoje nos postos de saúde já estaria na fila. Ela é mãe da pequena Luiza Rodrigues Camargo Solles, 6 anos e viu a filha precisar ficar em casa durante a pandemia.
“Eu sou uma sobrevivente, sofri acidente de moto e fiquei com várias complicações, eu fui internada na época em que estava o maior surto de covid. Hoje tenho várias comorbidades e tomei a 3ª doses e minha filha não pode voltar para escola, pois apesar de eu estar vacinada, era grupo de risco e eu tinha medo dela trazer o vírus. Eu não teria condições de cuidar, então, quando liberar, vou estar lá na porta, estou ansiosa”, revela.
“Vai ser uma vitória mesmo”, complementa.
A jornalista Diana Christie, 29 anos, de Campo Grande, destaca que poder vacinar a irmã, Giovanna Lima Mendes, 8 anos, significa liberdade.
“Ela ficou muito tempo estudando em home office e sentiu muita falta dos amigos. Ela é sempre a primeira a lembrar da máscara para sair e também faz planos para “quando o coronavírus” for embora. Está muito feliz”, explica.
“É uma notícia maravilhosa. Ela estava chateada porque todo mundo tomou vacina e ela ainda não, agora poderá ter essa oportunidade. E a dose será ajustada para a idade dela, então estamos tranquilos e confiantes. Assim que estiver disponível em Mato Grosso do Sul, vamos levá-la”, complementa.
MÃES DE TRÊS LAGOAS
A administradora três-lagoense, Kerol Juraski, 39 anos, não via a hora de poder imunizar o filho Bernardo Juraski Augusti, 11 anos.
“Quando iniciou pra 12 anos acima, eu fiquei apreensiva, ele tem 11 ainda, eu não via a hora dele poder receber a imunização, na minha casa todos estão imunizados, assim que saiu, fizemos a vacinação, nós temos o habito de sempre procurar imunizar, por dentro da caderneta atualizada, eu sou vacina, meu marido vacinado, meu filho mais velho de 19 anos já tomou, meu pai, minha mãe, todos da família são adeptos da vacina e eu estava aguardando ansiosamente a faixa etária dele”.
Questionado, Bernardo mostrou que estava seguro que a vez de ele tomar a tão esperada vacina chegaria.
“Eu tinha consciência que minha vez iria chegar, que minha família estaria toda imunizada, meus amigos”, contou ao Perfil News.
INDECISÃO
No entanto, ainda tem mamães em dúvida, como é o caso da advogada moradora em Três Lagoas, Vandressa Borges Gomes, 35 anos, revela estar “em cima do muro”, principalmente pela baixa infecção em crianças e também por algumas informações desencontradas.
“Aqui em casa ainda não tomamos a 3ª doses, pois ainda não deu o prazo de quatro meses, mas a gente está em cima do muro com relação as crianças, tenho um menino de 7 anos, a gente fica pensando como é pouco contágio, a vacina tem pouco tempo de resultado, ai surge a dúvida a respeito de dar ou não a vacina, a gente recebeu a notícia e fica feliz por um lado, mas com receio por não saber que decisão tomar”, explica, citando o filho Diego Barbosa Gomes Filho, 7 anos.
