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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Aquecimento da Antártida é duas vezes maior ao imaginado

24/12/2012 08h14 – Atualizado em 24/12/2012 08h14

Ritmo de aquecimento da Antártida é duas vezes superior ao imaginado, diz estudo

Pesquisadores acreditam que temperatura na placa oeste da região subiu 2,4 graus em média entre 1958 e 2010

iG

Uma nova análise histórica sobre as temperaturas no oeste da Antártida revelou que a região sofre com aquecimento em um ritmo duas vezes mais acelerado do que se imaginava.

Pesquisadores americanos disseram ter encontrado sinais de aquecimento durante o verão da placa de gelo da parte oeste da Antártida (WAIS, em inglês). Eles temem que o derretimento do gelo, provocado pelas temperaturas mais altas, possa contribuir para o aumento no nível do mar.

O estudo dos cientistas foi publicado na revista científica Nature Geoscience. Os cientistas compilaram dados levantados pela estação Byrd, que foi estabelecida pelo governo americano na placa oeste da Antártida na década de 1950.

LACUNAS ESTATÍSTICAS

Estudos anteriores não conseguiram chegar a conclusões sobre os números levantados na estação Byrd ao longo dos anos, já que não havia dados suficientes. A nova pesquisa feita pelos cientistas americanos usou modelos de computadores para preencher as lacunas estatísticas.

Com base nesses modelos, os pesquisadores acreditam que a temperatura subiu 2,4 graus em média, entre 1958 e 2010. “O que estamos vendo é um dos sinais mais fortes de aquecimento da Terra”, afirma Andrew Monaghan, coautor do estudo e cientista do US National Center for Atmospheric Research. “Essa é a primeira vez que pudemos determinar que há aquecimento durante a temporada de verão.”

É natural esperar que as temperaturas sejam mais elevadas durante o verão, em comparação com outras estações, mas a Antártida é uma região tão fria que o clima permanece razoavelmente parecido durante todo o ano.

O professor David Bromwich, da Ohio State University, outro autor do estudo, acredita que a pesquisa revela que o planeta ultrapassou um limite crítico. “O fato de que as temperaturas estão aumentando no verão significa que a WAIS derreterá não só a partir da parte de baixo, como já observamos hoje, mas também a partir da parte de cima.”

ATIVIDADE HUMANA OU MUDANÇA NATURAL?

Estudos anteriores publicados na revista científica Nature indicavam que a temperatura da WAIS aumentava por causa do aquecimento do oceano, mas a nova pesquisa indica que a atmosfera também desempenha um papel importante.

Os cientistas dizem que as mudanças podem ser provocadas por alterações nos padrões de ventos no Oceano Pacífico. “Observamos um impacto mais dinâmico que acontece por causa das mudanças climáticas em outros lugares do globo e que aumentam o acúmulo de calor na WAIS”, diz Monaghan.

A pesquisa não revela o grau de influência da atividade humana no aquecimento registrado na Antártida. “Essa questão ainda está em aberto.
Esse estudo não foi feito. Minha opinião é que provavelmente existe [impacto da atividade humana no aquecimento da Antártida], mas não posso dizer isso com certeza.”

Para o professor Bromwich, um estudo para determinar essa questão específica precisa ser feito agora. Um dos temores dos cientistas é que aconteça desabamentos de grandes pedaços de geleiras, como aconteceu em 2002 com o segmento conhecido como Larsen B.

Em apenas um mês, o Larsen B se desprendeu da massa de gelo do continente. “Essa é uma preocupação do derretimento constante do oeste da Antártida, se os padrões de temperatura continuarem assim no verão.”

Imagem de satélite mostra região do oeste da Antártida que está se aquecendo (em amarelo) (Foto: Nasa)

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