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quinta-feira, 28 de março de 2024

Com mais de 11,1 milhões de desempregados, trabalhadores não tem o que comemorar

30/04/2016 10h09 – Atualizado em 30/04/2016 10h09

A taxa de desemprego chegou a 10,9%, segundo pesquisa divulgada nessa sexta-feira (29) pelo IBGE

Daniela Silis

O Dia do Trabalho, que é comemorado nesse domingo, 1º de maio, não tem tanto motivo para ser festejado no País. Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nessa sexta-feira (29), revelou que 10,9% dos brasileiros estão desempregados hoje.

Esse número equivale a 11,1 milhões de pessoas desocupadas no Brasil, o que assusta toda a população, que espera por uma melhora na política econômica do país. Em Três Lagoas, a expansão de duas grandes empresas, a Fibria e a Eldorado Brasil, atraiu grande número de trabalhadores de várias as regiões do País, que vieram ao município na esperança de conseguir uma vaga de empregos. Essa migração fez com que o número de desempregados na cidade ampliasse ainda mais o quadro negativo.

DADOS PREOCUPANTES

Apesar do grande número de trabalhadores que são contratados para a obra das empresas, como, por exemplo, no projeto Horizonte 2, (expansão da Fibria), onde cerca de 2.500 trabalhadores estão empregados no canteiro de obras, o desemprego no município ainda preocupa a população. “Nós estamos recebendo muitos trabalhadores de todos os estados do Brasil por conta dessas duas empresas que estão em expansão na cidade, então a quantidade de desemprego é grande”, afirmou Nivaldo da Silva Moreira, presidente do Sintiespav-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada do Bolsão Sul-Mato-Grossense).

Segundo o dirigente sindical, Três Lagoas está em um ponto privilegiado do País, onde há desemprego, mas não é tão grande quanto em outras cidades do Estado. Segundo informações fornecidas pelo Ciat (Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador), desde janeiro de 2016 a março do mesmo ano tiveram 2.235 requisições de seguro desemprego. Porém, o município está em segundo lugar com saldo positivo de empregos em todo o Estado.

“A alegria que eu tenho nesse momento é que surgiu, nesse espaço aqui chamado Três Lagoas, uma cidade do Estado de Mato Grosso do Sul, uma grande possibilidade de muitos pais de família levar o alimento para o seu lar. Esse volume de dinheiro que essas duas empresas vão investir na cidade, é isso que me traz alegria”, afirmou o presidente do Sintiespav.

SALDO POSITIVO

Conforme informações fornecidas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o município de Três Lagoas registrou em março de 2016 1.478 admissões e 1.433 desligamentos, o que gera um saldo positivo de 45 empregados. No Estado do Mato Grosso do Sul, o município ficou em segundo lugar, ficando atrás apenas de Corumbá, que teve saldo positivo de 72. A Capital do Estado ficou por último na colocação entre os municípios com mais de 30 mil habitantes. Campo Grande registrou um saldo negativo de 370.

Com esses números que assombram o país, Nivaldo diz que, mesmo que Três Lagoas esteja sendo privilegiada nesse momento de crise, a estatísticas de desemprego em outras regiões é preocupante. “Por outro lado o País sofre, porque nem em todo lugar, alias, eu não sei de outro lugar o Brasil em que está sendo feito um grande investimento igual a esse. Então o trabalhador sofre com isso em outro lugar.”

E com isso, aliado à crise econômica do País, o presidente do sindicato afirmou que não há condições de fazer alguma comemoração nessa data. “Não vamos fazer nada festivo devido à situação que todos estamos passando. E nós já vamos começar a trabalhar para o ano que vem, aí sim vamos fazer uma festa, o Sindicato vai estar com recurso nessa época para isso”, concluiu.

Trabalhadores não tem motivo para festejar o Dia do Trabalho, que é comemorado amanhã, 1º de maio (Foto: Patrícia Miranda)

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