24.2 C
Três Lagoas
quarta-feira, 17 de abril de 2024

‘Crise econômica no Brasil não existe’, diz Temer ao chegar à Alemanha para encontro de cúpula do G20

07/07/2017 09h08

Presidente deu entrevista à imprensa brasileira ao entrar no hotel em que está hospedado em Hamburgo. Líderes das 20 maiores economias do mundo se reúnem na cidade alemã nesta sexta (7)

Redação

O presidente Michel Temer desembarcou na madrugada desta sexta-feira (7) em Hamburgo, na Alemanha, para participar do encontro de cúpula do G20 (o grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo). Antes de entrar no hotel em que está hospedado na cidade alemã, Temer disse a jornalistas, ao ser questionado sobre a posição do Brasil no G20 em meio a intempéries políticas e econômicas, que não há crise econômica no país.
“Você sabe que crise econômica e política […] crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados”, afirmou o presidente brasileiro aos repórteres.

Surpreendido com a resposta, um jornalista interrompeu Temer e questionou: “Não existe crise econômica, presidente?”
“Não, pode levantar os dados e você verá que nós estamos crescendo empregos, estamos crescendo indústria, estamos crescendo agronegócio. Lá não existe crise econômica”, emendou o peemedebista, encerrando subitamente a entrevista e se dirigindo para a área interna do hotel.

No mês passado, o Ministério do Trabalho anunciou que, em maio, a abertura de vagas formais de emprego superou as demissões em 34,2 mil postos. Foi o segundo mês seguido em que houve criação de postos de trabalho com carteira assinada no país.
No entanto, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiística (IBGE), o Brasil ainda tem 13,8 milhões de desempregados.

O desemprego ficou em 13,3% no trimestre encerrado em maio, informou no mês passado o IBGE. Os dados foram obtidos por meio da pesquisa Pnad Contínua.

Além disso, embora Temer tenha aprovado no ano passado uma emenda constitucional para limitar os gastos da União, a dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 0,26% em maio, para R$ 3,25 trilhões, apontam dados da Secretaria do Tesouro Nacional.
Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.

Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.

Encontro do Brics

Na manhã desta sexta, Michel Temer participou da reunião dos líderes do Brics, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, África do Sul. O encontro dos cinco chefes de Estado dos países em desenvolvimento antecedeu a reunião de cúpula do G20.
Ao discursar na reunião do Brics, Temer voltou a afirmar que o Brasil está superando a crise econômica, que, segundo ele, foi uma das “mais graves” da história brasileira.

O peemedebista ressaltou aos colegas de Rússia, Índia, China e África do Sul que sua agenda de reformas trouxe de volta o crescimento econômico e o emprego ao Brasil.
“Diante de nossos problemas, escolhemos o caminho mais responsável, que construímos em constante interlocução com o Congresso Nacional e com o conjunto da sociedade”, discursou o presidente da República.

Ao longo de sua rápida fala no encontro do Brics, Temer ainda fez breves comentários sobre o banco de desenvolvimento criado pelos países que integram o bloco, sistema multilateral de comércio e o combate às mudanças climáticas articulado no Acordo de Paris.

Cúpula do G20

Acuado pela crise política que pode afastá-lo do Palácio do Planalto, Michel Temer chegou a anunciar o cancelamento da viagem para a Alemanha, mas, na última hora, mudou de ideia e decidiu acompanhar o encontro de cúpula das 20 maiores economias do mundo.

O peedemedebista recuou ao ser alertado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que a ausência na reunião do G20 poderia ser interpretado por investidores internacionais como mais um sinal de fraqueza do governo federal.

Após o rápido encontro com os líderes do Brics, Michel Temer foi para a cerimônia oficial de chegada dos chefes de Estado dos países que compõem o G20.

Ao entrar, ele foi recepcionado pela chanceler alemã Angela Merkel, anfitriã da reunião. Ela fez questão de cumprimentar um a um os líderes dos países visitantes, incluindo aqueles com ela não tem afinidade, como o presidente norte-americano Donald Trump.

Ao longo desta sexta-feira, Temer terá uma intensa agenda de reuniões no encontro do G20, com reuniões de trabalho e fotos oficiais, além do almoço e jantar com chefes de Estado.

À noite, a Filarmônica de Hamburgo vai fazer um concerto exclusivo para os líderes das 20 maiores economias do mundo.

Protestos

Na véspera do encontro do G20 em Hamburgo, houve protestos contra a cúpula e muita violência entre a polícia alemã e black blocs. Mais manifestações estão previstas para esta sexta-feira.
Nesta manhã, manifestantes voltaram a ocupar as ruas de Hamburgo. Alguns distúrbios foram registrados, com carros incendiados e confrontos com a polícia. Não há informações sobre feridos.

Na cúpula, os líderes carregam grandes expectativas. Segue um resumo do que esperam os principais participantes da reunião de cúpula realizada na Alemanha.

(*) G1.COM

Michel Temer concede entrevista em Hamburgo, na Alemanha (Foto: Rogério Melo, Presidência)

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.