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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Em cirurgia de 1h30, arara-canindé mutilada recebe transplante de bico

Bico foi retirado de outra arara já falecida

CORREIO DO ESTADO – Uma arara-canindé adulta recebeu, no último fim de semana, um transplante de bico em cirurgia que durou 1h30, no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). A ave foi encontrada na região urbana de Campo Grande com ferimento grave e foi resgatada pela Polícia Militar Ambiental (PMA).

De acordo com o veterinário Lucas Cazati, que coordenou a equipe de cirurgia, o animal é uma possível vítima de atropelamento e foi encaminhado ao CRAS em 28 de fevereiro. “Ela chegou com muito sangramento e desde a sua entrada no CRAS, até a cirurgia, o trabalho se concentrou em tirá-la da situação de risco. Realizamos todo um procedimento terapêutico, submetemos a exames de raios-x e ultrassom, o que nos permitiu um diagnóstico favorável à cirurgia”, explicou.

Então, um enxerto heterólogo – transplante de um indivíduo de uma espécie para outra – foi realizado. “Nós já havíamos realizado pequenas cirurgias de reparo em casco de jabuti, mas o procedimento na arara foi mais complexo. Utilizamos um bico de animal já falecido, que foi recortado, ajustado com resina de dentista e fixado com parafusos ortopédicos, de forma que a arara fique bem e consiga se alimentar”, disse Cazati.

O procedimento cirúrgico foi acompanhado por sete profissionais, entre médicos veterinários, biólogos e zootecnistas. A arara segue em tratamento e acompanhamento da equipe. No processo de adaptação, será alimentada com alimentos mais macios, como o mamão e outras frutas. “É um período que exige cuidados, mas nosso prognóstico é de que em até 2 meses ela poderá ter condições de voltar à natureza”, acrescentou o veterinário.  

BANCO DE BICOS

A realização do procedimento incentivou a criação de “banco de bicos” para atender aves que são vítimas desse tipo de ferimento, mutilação ou avaria no bico. “Aqui no CRAS, nós recebemos muitas aves com o bico quebrado. Queremos agora dar início a um banco de bicos. Também vamos compartilhar essa experiência com a comunidade científica, por meio de artigo científico”, finalizou Cazati.

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