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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Entrevista com Cleudenide Ferrreira, presidente da Câmara de Vereadores de Santa Rita do Pardo e André Ribeiro, relator de Comissão Processante

27/07/2006 10h50 – Atualizado em 27/07/2006 10h50

O Perfil News inicia hoje uma nova modalidade de entrevistas: o Ping Pong. O espaço trará perguntas rápidas e objetivas, com personalidades que se destacam em diversas áreas em Três Lagoas e na região do Bolsão. Abrindo o espaço entrevista com o Presidente da Câmara de Vereadores de Santa Rita do Pardo, Cleudenide Ferreira de Freitas (PMDB) e o relator da Comissão Processantes da Câmara, André Ribeiro (PMDB). Perfil – Inédito em Mato Grosso do Sul, a Câmara de Vereadores de Santa Rita inicia nos próximos dias a leitura do relatório final que poderá pedir a cassação de cinco parlamentares da cidade. Como você avalia a sua situação como presidente e tendo que, se for o caso, decretar a cassação desses parlamentares? Cleudenide – ‘Estou tranqüilo. Sei que o fato, de uma forma ou outra, mudou a história política da cidade e do Mato Grosso do Sul e quem sabe até do Brasil, já que não se ouviu falar na história do País, de fato semelhante em qualquer município da Federação. Não acho pela emoção e sim pela razão. Vamos até o final com o processo instaurado na Câmara’. Perfil – Quando você fala em ‘agir com a razão e não com a emoção’, o que queria dizer? Cleudenide – Entre os parlamentares envolvidos em crime de concussão contra a prefeita da cidade, Eledir Barcelos (PT), tenho uma prima, a vereadora Zenilda Gregório e um cunhado, o vereador Oziel Dias Leal’. Que a população saiba que atuo dentro da lei e não pelos laços consangüíneos que a situação se fez. Perfil – Como a população da cidade está diante do ato praticado pelos vereadores, Oziel Dias Leal, Zenilda Gregório, Ana Ruthi, Marcelo Gulart e Antonio Carlos Castelo Branco. Eles foram presos em flagrante após praticarem concussão (extorsão) contra a prefeita da cidade? Cleudenide – ‘A população está ansiosa. Terei de pedir reforço policial para o dia da leitura do relatório final, já os vereadores e a população que estará presente ao ato deve ter total segurança. Pelo que senti esses últimos dias, a população da cidade não quer o que fato termine em ‘pizza’, como tem acontecido dentro do Congresso Nacional, em Brasília’. Perfil – Está havendo desgaste emocional dos vereadores que atuam tanto na Comissão Processante quanto os demais, com exceção dos parlamentares acusados? Cleudenide – ‘Sim. O desgaste maior é perante nosso eleitorado, que nos elegeu para trabalharmos para a comunidade e o que estamos fazendo é esquecendo as reivindicações para nos atermos ao processo de cassação. Algumas comunidades até entendem e cobram Justiça, mas outros pedem para que os vereadores olhem com mais atenção aos pedidos de melhorias nos bairros. Perfil – Uma mensagem aos novos políticos que pensam em ingressar na carreira política. Cleudenide – ‘Sejam honesto. A vida pública é cheio de armadilhas. Sejam puros de coração e voltados para os interesses da comunidade, não particular. Sejam um verdadeiro defensor do povo’. Perfil – O vereador André Ribeiro (PMDB), em seu segundo mandato, assume uma responsabilidade de ser o relator em um processo de cassação contra cinco parlamentares. Analise em uma frase o que acontece a partir de agora até a leitura final do relatório. André Ribeiro – Estou tranqüilo em saber que fiz, junto com os demais membros da Comissão Processante, um bom trabalho. Orientamos-nos apenas pelos fatos que foram narrados pelas testemunhas e documentos anexados ao processo. Perfil – Você sofreu algum tipo de ameaça ou pressão psicológica durante o período de elaboração do relatório? André – Não. Não houve nenhum tipo de pressão. Tenho a consciência tranqüila de que estamos realizando um bom trabalho, voltado apenas para o esclarecimento dos fatos a serem apurados. Se forem culpados, as provas provarão, se forem honestos, as provas mostrarão’. Perfil – Como você se sente julgando seus colegas parlamentares? André – Fico triste. Não gostaria de estar nessa situação, mas foi incumbida a minha pessoa a responsabilidade na elaboração do relatório e o farei na mais lisura e transparência possível. Perfil – Foi difícil conduzir os trabalhos como relator? André – ‘Não. A dificuldade maior é saber que são colegas. Ninguém gostaria de estar nessa situação, mas estou tranqüilo, tanto eu quanto o presidente, Josué Nogueira Martinez, estamos trabalhando para que a população saiba o que realmente aconteceu naquela noite do dia 12.’ Perfil – Qual a sua expectativa para o dia da leitura do relatório da Comissão Processante? André – ‘A população clama por Justiça. O povo sabe que estamos realizando um bom trabalho e queremos passar ainda mais confiança durante o restante do nosso mandato. Sempre trabalhei voltado para os interesses do povo e é assim que um homem que assume um cargo público deve se portar’.

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