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sexta-feira, 29 de março de 2024

Facção de São Paulo ordenou assassinato de jornalista na fronteira do Paraguai, diz MP

Departamento Contra o Crime Organizado do Paraguai acredita que um dos mandantes da morte de Léo Veras é Waldemar Pereira Rivas, conhecido como “Cachorrão”, apontado como chefe de um esquema de desmanche de veículos.

G1 – Uma facção criminosa brasileira, com base em São Paulo, ordenou o assassinato do jornalista Léo Veras, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, segundo o Ministério Público do Paraguai. De acordo com as investigações, a arma usada no crime coincide com a que o grupo costuma utilizar em emboscadas na região.

A polícia comparou as balas e as cápsulas encontradas na casa de Léo com as de outros cinco atentados vinculados a facção e concluiu que são do mesmo tipo balístico. Outro fator que liga a facção ao crime, é que o carro usado na execução foi localizado na casa de um do integrantes do grupo.

O Departamento Contra o Crime Organizado, acredita que um dos mandantes é Waldemar Pereira Rivas, conhecido como “Cachorrão”, apontado como chefe de um esquema de desmanche de veículos furtados no Brasil e que são comercializados na fronteira.

O MP realizou no sábado (22) operações de busca e apreensão para encontrar os responsáveis pela morte do jornalista e prendeu 10 pessoas, 6 são paraguaios, 3 brasileiros e um boliviano. Os policiais apreenderam 4 pistolas calibre 9 mm, 2 revólveres, 1 espingarda e munições de diferentes calibres. No mesmo dia, os presos foram transferidos para a capital Assunção.

Polícia do Paraguai mostra armas apreendidas em operação para encontrar assassinos do jornalista brasileiro Léo Veras — Foto: Divulgação/Polícia Nacional do Paraguai
Polícia do Paraguai mostra armas apreendidas em operação para encontrar assassinos do jornalista brasileiro Léo Veras — Foto: Divulgação/Polícia Nacional do Paraguai

O promotor paraguaio Marco Amarilla, que trabalha nas investigações sobre a execução disse que o profissional “já sabia que iriam matá-lo”. “Ele recebeu ameaças nesses últimos dias. Ele estava nervoso, estava inquieto, estava temeroso. Em uma conversa que manteve com sua esposa, ele se despediu, praticamente. Ele disse: “Amor, se cuida, cuida das crianças”. Praticamente se despede de sua família. Ou seja, já sabia que iriam matá-lo”, disse o promotor.

O próprio Léo se sentia ameaçado. Uma das declarações dele neste sentido foi dada em 2017, durante um documentário de lançamento do programa Tim Lopes, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Em dos trechos do vídeo Léo disse:

“Que não seja com tantos disparos de fuzil, porque aqui se o pistoleiro quer ter matar ele vem na sua porta, manda você abrir e vai te dar o disparo, espero que seja só de um disparo para não estragar tanto a pele”.

A Execução

Lourenço Veras, ou Léo Veras, era bastante conhecido em Mato Grosso do Sul por seu trabalho. Ele foi assassinado no dia 12 de fevereiro, e era o dono de um site policial que produzia notícias da região da fronteira em português e espanhol. Frequentemente ele noticiava situações relacionadas ao tráfico de drogas.

De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola 9 milímetros. Um dos disparos acertou a cabeça dele no momento em que ele tentou correr dos assassinos. O jornalista chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular da cidade paraguaia, mas não resistiu.

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