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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Família vive em casa improvisada em calçada na Capital

12/02/2007 17h10 – Atualizado em 12/02/2007 17h10

Campo Grande News

Sem renda fixa e apoio de parentes, seis integrantes de uma mesma família dividem espaço com pedestres em calçada da Rua Pajé, entre as ruas Bandeirantes e Brilhante, na vila Bandeirantes, em Campo Grande.A decisão de morar ao ar livre foi tomada há 17 dias, quando Maria de Lourdes dos Santos, 43 anos, resolveu sair da casa da irmã, com quem estava tendo “desentendimentos”. Na bagagem, além de bens materiais, o marido, a mãe (62 anos) e três filhos (13, 16 e 22 anos) – do total de seis.Natural de Ponta Porã, onde viveu durante 22 anos, Lourdes se mudou para Campo Grande há um mês com esperança de “conseguir uma vida melhor” para a família. Ela aposta as fichas no filho mais velho. “Ele é compositor”, afirma, orgulhosa. Antes de chegar a Capital ela morou quatro meses em Dourados, mas acredita que só em Campo Grande seu filho será reconhecido.No chão estão colchões, roupas e objetos pessoais coberto por uma grande lona. O fogão é feito de latas de tinta e a comida aquecida por lenha. A água para beber, pôr na comida ou tomar banho é conseguida em uma construção abandonada. Os maiores problemas de viver no local, segundo Lourdes, são a falta de energia elétrica e a chuva, que estraga os objetos. “Os colchões já estão todos mofados”, observa. “Eu quero que os meus filhos voltem a estudar e quero uma vida melhor, mas eu tenho certeza que o meu filho vai se dar bem. Ele é compositor”, reforça. Lourdes disse já ter sido procurada pela prefeitura, mas não quer ir ao Cetremi (Centro de Triagem Migrantes) por conta dos seus cinco cachorros. “Sem eles eu não vou”.Para se manter, a família vive da reciclagem e da venda de bijouterias, canetas e copos feitos de garrafas de cerveja. O marido corta a grama, mas no momento, eles aguardam o conserto da máquina.“Em Ponta Porã eu conseguia de R$ 100 a R$ 150, mas aqui não vendo quase nada”, lamenta. Ela diz se manter também com a ajuda de anônimos. Seu próximo passo vai ser “arrumar um fogão” para fazer espetinhos. Quem tiver interesse em ajudar pode entrar em contato pelo 9262-8938.

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