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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Japonês da Federal vai assumir presidência do PEN no Paraná

25/04/2018 15h53

Redação

Conhecido no país como Japonês da Federal após aparecer em imagens conduzindo presos da Operação Lava-Jato, o agente aposentado da Polícia Federal Newton Ishii se filiou ao PEN-Patriotas e vai assumir a presidência do partido no Paraná.

Segundo o diretório do PEN no Paraná, Ishii deve tomar posse esta semana. Há quem defenda na agremiação a viabilidade de uma candidatura política para o agente aposentado nas eleições de outubro, sob a bandeira da honestidade na política, mas ainda não tem qualquer confirmação. O policial nega qualquer pretensão de concorrer.

— Tenho que fazer alguma coisa pelo país. Não é porque eu aposentei que tenho que ficar parado. Escolhi esse partido e vi que eles têm compromisso com combate à corrupção, não tem ninguém investigado. Não vou concorrer a cargo público. Posso contribuir de outras maneiras. Como presidente estadual, posso escolher candidatos. Tem esse poder na mão — explicou Ishii, que já foi condenado por facilitação de contrabando e chegou a ficar detido por quatro meses, em 2003.

O PEN-Patriotas foi o autor da ação que questionava a prisão após condenação em segunda instância. O partido pedia que os réus pudessem recorrer em liberdade e só fossem presos ao esgotamento dos recursos no Judiciário. O caso passou a ser a esperança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tentava evitar a detenção após ter a sentença confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Entretanto, o presidente do PEN, Adilson Barroso, ressaltou que o partido se arrependeu do pedido e destituiu o advogado acionado para defender a causa.

— Houve essa ação por parte do advogado e foi destituído. Utilizaram isso (a ação do partido para questionar a prisão no caso Lula). A ação foi em 2006 e por outro motivo. Se fosse defender isso (fim da prisão após segunda instância), eu não estaria no partido — disse Ishii.

FAMA E ‘SITUAÇÕES DIFÍCEIS’

Na primeira entrevista desde que viu seu nome circular pelo país, concedida ao GLOBO em fevereiro, o Japonês da Federal destacou que “até hoje não entende” por que ficou famoso. Na ocasião, Ishii negou que usaria a imagem para se candidatar a cargos públicos. Ele já era sondado por mais de três partidos.

Ishii foi condenado por facilitação de contrabando na fronteira entre Brasil e Paraguai, em 2003. Ele sempre negou as acusações. Recentemente, o policial foi acusado de vazar a delação premiada do operador Fernando Soares, o Baiano, que estava preso na PF. Na época, o agente foi investigado e absolvido. Ishii também passou três noites preso e quatro meses de tonozeleira eletrônica em 2016.

chegou a usar o aparelho de monitoramente enquanto era responsável pelos presos da operação da Lava-Jato.

Em fevereiro de 2016, quando ainda cogitava se lançar à vida pública, chegou a fazer uma visita à Câmara dos Deputados e foi assediado por nomes como os deputados Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ). Os planos caíram por terra com a repercussão negativa de sua prisão quatros meses após a vinda à capital federal.

— Não tenho [pretensões políticas], do fundo do coração. Talvez já tenha pensado de tanto as pessoas virem falar comigo, mas nunca me imaginei sendo deputado, por exemplo. Tenho convite para fazer palestras. Vou me dedicar a passar minhas experiências para outras pessoas. Não só as histórias da Lava-Jato, mas como minha vida de policial ajudou a enxergar o mundo de outras maneiras (…) Quero paz agora, só — destacou, em fevereiro.

(*) Extra

Newton Ishii, conhecido como

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