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Lessa e Collor ampliam ofensas e baixam nível da campanha em AL

15/09/2002 19h43 – Atualizado em 15/09/2002 19h43

15/09/2002 – 09h22

Agência Folha

Os eleitores de Alagoas, principalmente os que moram em Maceió, assistem a uma campanha ao governo estadual recheada de ofensas pessoais, brigas judiciais e até investigações policiais.

Na segunda-feira, o Tribunal Regional Eleitoral determinou a retirada do ar de uma propaganda de Fernando Collor (PRTB), candidato ao governo do Estado, em que é destacada a expressão “nem por um cacete”, dita pelo governador Ronaldo Lessa (PSB), que é candidato à reeleição.

A censura à propaganda atende a liminar impetrada por Lessa. A representação pede direito de resposta dentro do horário de Collor.

A defesa de Lessa alega que a propaganda de Collor-levada ao ar na semana retrasada-, de “forma grosseira e desleal”, degrada a imagem e ridiculariza o candidato do PSB ao governo.

A expressão foi dita por Lessa durante um comício de campanha no município de Cajueiro (66 km de Maceió), no dia 29 do mês passado.

Além disso, circularam por Maceió folhetos apócrifos em que aparecem numa foto, em primeiro plano, dois supostos militares.

A imagem é seguida do seguinte texto: “Os caras-pintadas do governo: esses dois atléticos “seguranças” do governador Lessa garantem, além da segurança, a satisfação pessoal e sexual”.

Além disso, outdoors de Lessa foram pichados com menções agressivas ao governador e a Kátia Born (PSB), prefeita de Maceió.

“Essa imundície que circula na cidade está sendo vomitada pela turma do Collor. É mais uma prova de que ele não mudou nada, continua o mesmo, praticando golpes baixos e agindo sem o menor pingo de ética na política, como autêntico representante das forças do atraso e da corrupção”, declarou o governador Lessa.

Por outro lado, uma carta anônima com referências pejorativas e impublicáveis a respeito de familiares e do próprio Collor foi propagada por Maceió.

O material foi transmitido por fax a diversos órgãos públicos e chegou às mãos da juíza da propaganda eleitoral Elizabeth Nascimento, que determinou à Polícia Federal que investigasse o caso.

Prefeito esmurrado

Circulou também pela capital ao longo da última quinta-feira uma história de que Collor teria esmurrado um prefeito do interior antes de um comício. A suposta vítima, o prefeito de Carneiros, Genivaldo Agra (PTB), nega, assim como o ex-presidente.

Em resposta à questão apresentada sobre os ataques pessoais que têm marcado a campanha, Collor afirmou que Lessa foi quem deu início ao ciclo.

“O programa eleitoral começou discutindo propostas de governo, sem ataques pessoais, sem baixar o nível da campanha. Começou até de forma “light”. Da quarta-feira da semana passada pra cá, o programa mudou um pouco a linha para responder às agressões que estão sendo feitas por Lessa desde o começo da campanha”, declarou Collor, por meio de um de seus assessores.

Na avaliação da cientista política Belmira Magalhães, da Universidade Federal de Alagoas, a baixaria é consequência de “uma campanha apelativa, que busca conquistar o eleitor menos informado e iletrado”.

Ela declarou que os alagoanos estão sendo vítimas de uma campanha em que são apresentadas propostas “inadmissíveis, impossíveis de serem cumpridas”.

“A baixaria ocupa o lugar de um debate político com propostas reais”, avalia a cientista política

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