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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Morre no Rio carnavalesco da Portela

08/04/2005 14h08 – Atualizado em 08/04/2005 14h08

O fuxico

O corpo do carnavalesco do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, Nelson Ricardo Coutinho Andrade, de 40 anos, vai ser enterrado às 15h dessa sexta-feira no cemitério de Inhaúma, subúrbio do Rio, num ritual que pretende ser rápido e simples, logo após a liberação do corpo. Nelson morreu em conseqüência de uma pancada na coluna cervical. O também carnavalesco Amarildo de Mello, parceiro de Nelson Ricardo na feitura do carnaval de 2005, explicou a urgência com que será feito o sepultamento:
“O corpo continua lá no IML de Tribobó, São Gonçalo, interior do Estado do Rio, onde deu entrada no sábado, 2 de abril. Devido ao tempo que passou até o reconhecimento do corpo, a família prefere realizar o sepultamento o mais rápido possível, apesar de a escola ter colocado a quadra à disposição para velório e homenagens. Estamos dando todo nosso apoio, emocional e material, aos pais de Nelson”.

Nelson Ricardo desapareceu na sexta-feira dia 1º de abril, data em que saiu de sua casa, na praça Seca, Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Desde então, ninguém teve mais notícias do carnavalesco, que só foi encontrado e reconhecido pelo pai, Nelson Carmona, no IML de Tribobó na quinta-feira, 7 de abril.

Parceiro conta lembranças
Amarildo de Mello recordou seu conhecimento e parceria com Nelson, que vem desde 1992 e passou por várias escolas:

“As escolas de samba são como uma irmandade, a gente fazia trabalho para uma e para outra. Então, eu e Nelson estávamos sempre nos esbarrando e prestando serviços às escolas. Até que, em 1998, trabalhamos juntos na Beija-Flor, onde tivemos um contato maior e nos tornamos mais chegados. Nesse último carnaval da Portela, feito por nós dois, e diante de tantos problemas vividos pela escola, firmamos um pacto de irmos até o fim, para o que desse e viesse. Essa será a maior lembrança que guardarei dele, que era uma pessoa do bem, calma, incapaz de brigar com qualquer pessoa, o que nos deixa ainda mais tristes e revoltados com sua morte.”

Corpo demorou a ser reconhecido
A relutância do pai de Nelson em reconhecer o corpo do filho – ele ainda tinha esperanças de encontrá-lo vivo – levou o IML a fazer a identificação através de um exame das digitais, que comprovou sua identidade.

Ele foi recolhido no sábado, 2 de abril, na rua Augusto Ruch, no Colubandê, bairro de São Gonçalo e estava de bermuda cinza listrada e sem camisa.

Segundo a polícia, um rapaz conhecido apenas por Bruno é suspeito no envolvimento do sumiço de Nelson Ricardo, pois estava com o Corsa azul, de propriedade do carnavalesco, desde domingo, 3 de abril. O carro colidiu com um paredão na BR-106 e o suspeito conseguiu fugir.

Ainda não se sabe os motivos reais que levaram ao assassinato do carnavalesco, mas a polícia acredita que sua morte possa estar ligada ao fato de Nelson Ricardo ter entregue dinheiro a um rapaz para que ele pagasse aos aderecistas da Portela. O pagamento, no entanto, não teria sido feito.

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