22/12/2004 10h33 – Atualizado em 22/12/2004 10h33
Folha de S.Paulo
O conselho municipal de preservação do patrimônio histórico de São Paulo (Conpresp) rejeitou o projeto que propõe a derrubada de parte da marquise do parque Ibirapuera.
A mudança tinha sido solicitada por Oscar Niemeyer, que projetou o parque na década de 50. Há cerca de uma semana, o arquiteto deixou de comparecer à entrega do auditório do Ibirapuera, que ele também projetou, como forma de protestar contra o fato de a marquise ainda não ter sido modificada.
O projeto de Niemeyer remove da marquise um “bico”, de aproximadamente 1.000 m2, localizado entre a Oca e o auditório. Segundo ele, esse “bico” deve ser suprimido para a instalação de uma praça no local.
A obra precisa da autorização do Conpresp, pois o parque é tombado pelo órgão. Segundo a assessoria municipal da Cultura, à qual o Conpresp é ligado, a decisão de rejeitar a obra foi baseada no tombamento do parque e numa diretriz, do próprio conselho, de não alterar a marquise. Essa diretriz foi estabelecida há dois anos, quando o conselho decidiu autorizar a construção do auditório.
Entretanto o Condephaat, que é o conselho estadual de preservação, deu um parecer favorável à obra em agosto deste ano.
Ao todo, a marquise possui cerca de 27 mil m2. A proposta inicial era que ela unificasse visualmente as cinco edificações previstas. Como o auditório não foi construído na década de 50 por falta de verba, a marquise ficou incompleta. Desse “bico” deveriam sair dois braços: um até a Oca e outro até o auditório, ligando ambos.
Em junho deste ano, a nova proposta, que corta a marquise, foi apresentada pela equipe de Niemeyer à prefeitura.

