29/04/2004 14h58 – Atualizado em 29/04/2004 14h58
O comando nacional da greve dos servidores do Banco Central informou que a adesão ao movimento está crescendo e que o BC em Brasília está praticamente paralisado. O presidente do Sindicato Servidores do Banco Central em Brasília, Paulo Calovi, disse que a manutenção de 30% dos funcionários trabalhando, exigidos pela Lei de Greve, está sendo cumprida.
Segundo ele, todas as nove outras regionais do BC estão paradas e o Departamento do Meio Circulante está totalmente parado. ¿Não tem como a rede bancária pegar dinheiro hoje no Banco Central¿, garantiu, lembrando que até mesmo o Departamento de Relações Internacionais, que trabalha e opera com bolsas de valores e a dívida externa do Brasil, também está parado.
Ontem, o comando de greve esteve reunido com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para manifestar a intenção de parar suas atividades hoje. “O presidente Meirelles ficou de se reunir com os ministros da área econômica e sondar sobre a possibilidade de se abrir o canal de negociação pleiteado pela categoria”, informou Calovi.
O Banco Central tem 4,6 mil funcionários da ativa de braços cruzados, sendo que, somente em Brasília, são 2,1 mil servidores parados. No Rio de Janeiro, onde a greve de 24 horas também foi deflagrada, mil funcionários estão parados.
Esse movimento do Banco Central não é isolado, explicou o presidente do Sindicato Servidores do Banco Central em Brasília. “Nós estamos juntos com as entidades do Ciclo de Gestão e as entidades do Núcleo Financeiro de Fiscalização que envolve a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguro Privado (Susep), além do pessoal da Controladoria Geral da União, dos ministérios da Fazenda, do Planejamento, do Orçamento e Gestão, e os auditores fiscais”, garantiu o sindicalista.
Depois de se reunirem em frente ao Banco Central, os grevistas seguiram para o Ministério da Fazenda, onde promoveram um ¿apitaço¿ juntamente com os cerca de 400 manifestantes da União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacom). O presidente da Unicom, José Alves de Sena, disse que, na manifestação de hoje, os servidores decidiram fazer uma paralisação por tempo indeterminado no dia 5 de maio, caso o governo não atenda o pleito da categoria.
A principal reivindicação dos manifestantes é entrar na negociação do aumento salarial do servidor público. “Esse grupo de 18 mil pessoas, e mais o Núcleo de Fiscalização Financeira (Banco Central, Susep e CVM), apesar da importância técnica, ficou fora da mesa de negociação”, explicou Sena. Segundo ele, a Unacom não tem uma percentagem de reajuste salarial para pedir. “O que se quer é sentar com o governo e definir qual o patamar que o governo entende que esse grupo tem que ter de reajuste salarial”.
Ao deixar a reunião do Conselho Monetário Nacional, os ministros da Fazenda, Antônio Palocci, e do Planejamento, Guido Mantega, preferiram não se pronunciar sobre a manifestação da Unacom e nem sobre a greve dos funcionários do Banco Central. Segundo integrantes do comando de greve, o chefe de gabinete do Ministério da Fazenda, Bernand Appy, consultou a agenda do ministro Palocci e sinalizou que ele poderia receber uma comissão de negociação no início da noite. As assessorias de comunicação do Ministério da Fazenda e do Banco Central disseram que nenhuma posição oficial sobre as manifestações havia sido fechada até o início da tarde.
Fonte:Agência Brasil