04/10/2003 10h29 – Atualizado em 04/10/2003 10h29
Continua perigoso usar o transporte coletivo urbano em Campo Grande, mesmo depois de o coronel PM Walmir Guimarães Dias ter anunciado na segunda quinzena de setembro que a Polícia Militar trabalharia no sentido de dificultar a atuação dos marginais está cada dia mais fácil praticar o delito. Os assaltos, que há pouco tempo só ocorriam à noite e se limitavam ao roubo do caixa do veículo, hoje são realizados também durante o dia, na região central da cidade e atingindo também os passageiros.
Segundo balanço apurado pela reportagem do MidiamaxNews, de janeiro a outubro deste ano já foram registrados pelo menos 160 assaltos aos ônibus do transporte coletivo urbano. Por mês, uma média de 17 casos chegam ao conhecimento da PM e da Polícia Civil, o que significa dizer que a cada dois dias um ônibus é assaltado em Campo Grande.
Somente ontem foram apurados três casos, sendo que todos eles aconteceram no período noturno, horário preferido pelos assaltantes. O primeiro deles ocorreu às 18h15, na Vila Carlota, outros dois assaltantes levaram R$ 168,00 em dinheiro e vale transporte do caixa do ônibus da viação Serrana.
O cobrador Adilson Freitas de Arruda ainda teve de entregar R$ 40,00 em dinheiro que carregava para fins pessoais. Já às 19 horas, na Avenida Raquel de Queiroz, no bairro Aero Rancho, ocorreu o segundo assalto e, conforme o motorista Wilson Silva dos Reis, foi praticado por dois homens morenos e vestindo roupas escuras.
Eles teriam entrado no ônibus Viação Cidade Morena, que faz a linha Aero Rancho/Centenário, ameaçaram o cobrador com um revólver e levaram a bolsa dele e todo o dinheiro que havia no caixa, cerca de R$ 70,00. Os acusados fugiram em uma motocicleta Titan de cor branca na direção do bairro Parati.
No bairro Guanandi 2 os passageiros também foram vítimas de assalto. Segundo o motorista José Vieria de Araúje, uma dupla de rapazes entrou no ônibus por volta das 22 horas, anunciou o assalto e, além de retirar todo o dinheiro do caixa, também levou dinheiro, cartão de crédito e talões de cheque dos passageiros.
Em entrevista recente ao MidiamaxNews o presidente do STTCUCG (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), Carlos Lima, criticou duramente o governo do Estado e, principalmente, o secretário de Justiça e Segurança, Dagoberto Nogueira Filho, pela falta de uma ação enérgica contra crime em Campo Grande. Carlos lembrou que a falta de segurança amedronta os trabalhadores que passam a ser reféns do medo. “Não queremos carregar caixão dos nossos amigos como fizeram os mototaxistas”, disse o sindicalista, lembrando da morte de mototaxistas em Campo Grande.
Fonte:Midiamax News