11/12/2002 14h52 – Atualizado em 11/12/2002 14h52
Segundo o Ministério da Agricultura, o rebanho brasileiro de leite em reprodução é de 15,8 milhões de vacas. No ano passado, segundo o recém-empossado presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Paulo Ricardo Zemella Miguel, foram negociadas 2,5 milhões de doses de sêmen de touros para leite, o que corresponde a 10,5% do rebanho, com aproveitamento de 1,5 dose por vaca inseminada. Já no corte, a quantidade de fêmeas, conforme o ministério, alcança 43,6 milhões.
A demanda para esse segmento foi de 4,3 milhões de doses de sêmen de touros de corte, para um total de 6,6% de fêmeas inseminadas, de acordo com Miguel. “No global, 7,5% das fêmeas de corte e leite em reprodução no País são inseminadas”, informa. Miguel acredita ser enorme o potencial do mercado de sêmen no País. “Mas o processo de inseminação ainda caminha a passos lentos”, diz. Para o sucesso dessa ferramenta, ele garante que não há receita, mas deve-se considerar o tripé nutrição, sanidade do rebanho e genética, via inseminação. Há normas de produção e normas sanitárias, criadas pelo governo e pelas próprias empresas, visando à qualidade do sêmen. As empresas têm um grupo técnico que avalia os animais que vão ser coletados. Além disso, explica o presidente da Asbia, o sêmen importado que entra no País é de touro seguramente melhorador. Miguel chama a atenção para o sêmen clandestino, coletado na própria fazenda ou por empresas sem a qualificação. “Produção de sêmen é via central de inseminação cadastrada e aprovada pelo Ministério da Agricultura”, alerta. Ele lembra que todos os touros que entram numa central para coleta passa por uma bateria de exames para evitar a disseminação de doenças.
Ele aconselha os criadores a evitarem o sêmen coletado sem condições sanitárias adequadas. No caso do gado de leite, que exige tecnificação maior, Miguel explica que é feita a seleção de lotes de touros e de vacas em acasalamentos dirigidos. “O uso de inseminação resulta em uma média mais homogênea e mais alta do que o geral. “Há um ganho genético”, diz. Já no gado de corte, que trabalha com genética de população, é possível homogeneizar um lote de cem fêmeas heterogêneas, por exemplo, trabalhando com sêmen de touros provados. “Dá para estimar o ganho genético, por meio das DEPs”, diz. “Se usar um bom touro, cuja média é melhor que a dos comuns, você terá uma progênie homogênea e um ganho genético médio garantido.”
Fonte: O Estado de São Paulo