06/12/2002 10h28 – Atualizado em 06/12/2002 10h28
A ameaça de um ataque terrorista na França aumentou nos últimos meses, mas nada sugere que um grupo esteja preparando uma ação no país às vésperas do Natal, disse o chefe do serviço de segurança interna francês.
Segundo disse Pierre de Bousquet de Florian ao jornal Libération, havia vários rumores sobre um iminente ataque químico ou bacteriológico na França, mas nenhuma informação confiável.
“Não temos nenhuma informação dizendo que há uma ameaça iminente contra o nosso país”, declarou a autoridade na entrevista publicada hoje. “Realmente, há rumores sobre ameaças de um ataque químico ou bacteriológico. Levamos esses rumores a sério e trabalhamos para transformá-los em informações úteis”, declarou.
“Mas não podemos paralisar setores inteiros da atividade econômica se não tivermos dados sobre uma rede específica que esteja preparando ataques na França”, acrescentou.
O governo francês anunciou ontem que intensificaria as medidas de segurança adotadas em locais públicos durante o Natal e o Ano Novo devido às ameaças de atentados terroristas.
Como muitos outros países, a França encontra-se em estado de alerta depois dos ataques de 11 de setembro do ano passado contra os EUA, atribuídos pela superpotência à rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
A polícia francesa prendeu recentemente várias pessoas acusadas de serem extremistas muçulmanos.
Autoridades francesas da área de segurança acreditam que as chances de um atentado no país aumentaram depois do ataque, em maio, contra especialistas da Marinha francesa no Paquistão, no qual 11 deles morreram, e contra um navio-tanque francês perto do Iêmen, em outubro.
A cidade de Estrasburgo, no leste da França, já instalou dezenas de câmeras de vigilância no sua popular feira de Natal, que a polícia acredita ter sido alvo de um ataque terrorista frustrado há dois anos.
“Existe uma ameaça terrorista que vem aumentando nos últimos meses, inclusive na França. Nós temos que ficar vigilantes”, disse de Bousquet de Florian. “Mas dizer que as coisas pioraram na França nos últimos oito ou 15 dias é errado.”
Ele estimou que vários franceses voltaram para a França depois de passar algum tempo com forças muçulmanas na Bósnia ou treinando em campos da Al Qaeda no Afeganistão.
“Enfrentamos uma organização internacional bastante móvel. Eles estão constantemente mudando, sempre com documentos falsos, com passaportes de diferentes nacionalidades, o que dificulta o controle sobre eles”, declarou a autoridade francesa.
Fonte: Reuters