29/11/2002 10h14 – Atualizado em 29/11/2002 10h14
A Organização das Nações Unidas (ONU) começou uma de suas mais importantes inspeções de armas no Iraque com um time que inclui um homem de 53 anos, líder de um clube de sexo sadomasoquista e sem uma graduação especializada. Essa é a denúncia feita ontem pelo jornal The Washington Post, que afirma que a ONU admitiu na quarta-feira não ter verificado o passado de Harvey John ‘‘Jack’’ McGeorge. Natural do estado da Virgínia, McGeorge fazia parte de um grupo de pessoas recomendado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
As revelações sobre McGeorge surgiram em meio a preocupações manifestadas por integrantes das antigas equipes de inspetores da ONU. Os ex-inspetores dizem que os especialistas da missão atual não têm experiência e que foram selecionados em parte para evitar ofender o Iraque. Eles também dizem que as regras exigindo que os candidatos deixassem de trabalhar para o governo fez com que alguns dos melhores e mais bem qualificados especialistas não concorresem a uma vaga no novo time de inspetores da ONU.
As denúncias dos ex-inspetores não ficam restritas a McGeorge. Eles dizem que a política da ONU de não dividir as informações com as agências de inteligência pode atrapalhar a capacidade do time de encontrar locais com armas de destruição de massa. Eles também denunciam que o atual time não tem equipamentos e número suficiente de pessoas para fazer o trabalho adequadamente.
McGeorge não tem formação especializada em bioquímica, bacteriologia ou engenharia química. Mas se ele defendeu. ‘‘Eu fui especialista militar em depósitos explosivos. Fui muito bem treinado sobre agentes químicos e biológicos’’, garantiu. Funcionários da ONU defenderam sua equipe de inspetores, dizendo que eles têm alta qualificação e estão entre os melhores do ramo. Críticos dizem que o presidente-executivo da Comissão de Monitoração, Verificação e Inspeção da ONU (Unmovic), Hans Blix, está deixando para trás inspetores experientes porque eles foram classificados pelo governo iraquiano como muito agressivos.
Fonte: Correio Braziliense

