04/05/2006 10h54 – Atualizado em 04/05/2006 10h54
SED
Como estímulo ao estudo da história regional, no próximo sábado, 6, às 10h, os professores de Campo Grande poderão participar de uma sessão gratuita do documentário Helena Meireles – a Dama da Viola, no Cinemark, no Shopping Campo Grande. Essa é a primeira ação do projeto Escola, organizado pela rede de cinemas, que também irá atender os alunos da rede estadual de ensino. Através da iniciativa, os estudantes poderão assistir ao documentário a preços reduzidos. O benefício foi garantido devido ao apoio da Secretaria de Estado de Educação (SED) que solicitou à inclusão do vídeo no projeto. Através do projeto Escola, os professores da rede estadual poderão participar de outras sessões gratuitas, em dia e horário pré-agendado. Já os alunos poderão assistir ao documentário que resgata a história da violeira ao preço de R$ 3 reais. As escolas também podem optar pelo kit escola que dá direito a um saco de pipoca pequeno e um copo (300 ml) de refrigerante a R$ 6,50 por aluno. Para cada 15 ingressos vendidos, a escola ganha um ingresso. Também integram o projeto 2 Filhos de Francisco, O Galinho Chicken Little, A Fantástica Fábrica de Chocolate E As Crônicas de Nárnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. O documentário Helena Meireles – A Dama da Viola estreou na última sexta-feira, 28, em Campo Grande, e permanecerá em cartaz na Capital até 12 de maio. A exibição do filme poderá ser estendida por até seis meses, caso haja demanda. De acordo com o diretor, Francisco de Paula, o filme tem vários elementos que podem ser aproveitados didaticamente em sala de aula. Gravado em Bataguassu, Ivinhema, Aquidauana, no Pantanal, entre outros ambientes regionais, o documentário oferece conteúdo para ser trabalhado com os alunos em várias disciplinas.Após ser exibido em Mato Grosso do Sul, o filme irá para Brasília, São Paulo e, conforme a receptividade do público, será expandido para Paraná e Rio Grande do Sul. O documentário também participará de festivais internacionais, no segundo semestre, como o de Cinema Brasileiro de Londres, em setembro, e do Filme Latino-Americano, em outubro. A produção já participou de mais de 20 festivais no Brasil e outros pelo mundo, além de ser exibido no Ano do Brasil na França.Sobre o filme – Sem financiamento, a produção do documentário levou três anos. Nesse tempo, a equipe, composta por nove pessoas, acompanhou Helena Meireles, que narra sua trajetória, enquanto os fatos vão sendo reproduzidos. “Privilegiei o talento musical, mostrei porque ela virou uma artista”, observa Francisco de Paula. “Helena Meireles é uma artista erudita, parece que ela toca violino”. O interesse pela instrumentista, considerada uma das “100 mais” por sua atuação nas Violas de 6, 8, 10 e 12 cordas, segundo classificação da revista norte-americana “Guitar Player”, surgiu ao ler uma reportagem. “Eu já tinha feitos longas-metragens de ficção e procurava uma personagem mulher”, relata Francisco de Paula. Da temática, nasceu um trabalho que aborda a independência feminina, através da história de uma guerreira “aparentemente frágil”, segundo o diretor. “Helena é uma referência para a mulher do século 21”. Helena Meireles foi descoberta pela mídia quando tinha 70 anos. A artista faleceu em setembro do ano passado, aos 81 anos, vítima de parada respiratória. A seresteira nasceu numa fazenda no pantanal do Mato Grosso do Sul e cresceu rodeada de peões, comitivas e violeiros. Fascinada pelas violas caipiras, a família não permitia que aprendesse a tocar, o que acabou fazendo por conta própria, às escondidas. Aos poucos ficou conhecida entre os boiadeiros da região. Casou-se por imposição dos pais aos 17 anos, abandonando o marido pouco tempo depois para juntar-se a um paraguaio que tocava violão e violino.O diretor Francisco de Paula informa que, entre os atributos do documentário, está o ineditismo de algumas imagens, como a violeira Helena Meireles tocando sem palheta e fazendo o acessório. “Helena viu o filme, em 2004, no Rio de Janeiro, na primeira vez que foi ao cinema”, relata. Para ele, a primeira mensagem do vídeo, passada pela história da artista, é que as pessoas não podem desistir dos sonhos. O documentário Helena Meireles – a Dama da Viola está sendo exibido em seis sessões diárias no Cinemark. Todos os dias, às 13h25, 15h05, 16h45, 18h35, 20h20 e 22h05. Para agendar sessões e levar os alunos a preços reduzidos, as escolas devem entrar em contato com o diretor do Cinemark, Guilherme Jafar, pelo telefone 33263-2034, das 9h às 14h.